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Rússia abre janela para o luxo brasileiro

Entrada do país na OMC amplia comércio e aumenta demanda por artigos do Brasil que os russos não fabricam

Classe alta russa cria oportunidade para fabricantes de sapatos coloridos e joias feitas com pedras nacionais

TATIANA FREITAS
DE SÃO PAULO

Um país de dimensão continental, grande população, em acelerado crescimento econômico e com uma classe média e alta emergente.

As semelhanças são muitas, mas a descrição não é de Brasil ou China.

As mesmas características se aplicam a outro Bric, recém-chegado à OMC (Organização Mundial do Comércio): a Rússia.

O país se tornou oficialmente, no final de agosto, o 156º membro da instituição, abrindo a perspectiva de expansão das suas relações comerciais com o mundo.

Quando um país adere à OMC, assume uma série de compromissos, como redução de tarifas de importação. Logo, espera-se maior fluxo de comércio exterior -tanto de importação quanto de exportação.

No caso da Rússia, a expectativa é maior para o crescimento das importações.

O poder de compra dos russos cresce junto com o PIB, que em 2011 avançou 4%, para US$ 1,8 trilhão.

Mas a oferta de produtos desejados pela nova classe média e alta não acompanha a demanda.

A economia russa é altamente dependente de recursos naturais -metade do valor produzido pela indústria vem dos setores de petróleo, metalurgia e química.

Há, portanto, carência de bens de consumo, o que é visto como oportunidade para algumas áreas da indústria brasileira.

OPORTUNIDADES

Para Marcos Lélis, coordenador da Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações), as maiores oportunidades para o Brasil estão em produtos procurados por consumidores de alta renda, mais voltados para o mercado de luxo, como joias e calçados, entre outros.

"Não estamos falando de competir com os calçados chineses, mas da exportação de produtos de alto padrão."

Para a gaúcha Piccadilly, a Rússia é um dos mercados internacionais mais promissores. "A Rússia é o nosso terceiro mercado na Europa e pode se tornar o primeiro, pois está numa situação econômica muito melhor do que Portugal e Grécia, que estão nas primeiras posições", diz Micheline Grings, diretora de exportação da Piccadilly.

Segundo ela, as russas compram calçados com cores vibrantes e estão dispostas a pagar mais pela etiqueta "made in Brazil".

"O nosso produto não tem competitividade em preço, mas tem valor agregado em moda e conforto", afirma a executiva.

No caso das joias, além do design, as pedras nacionais têm um diferencial no mercado russo, diz Lélis, da Apex.

Com três lojas em Moscou, a H.Stern é uma das empresas brasileiras que tentam conquistar os consumidores da classe A russa.

A Apex também aponta os setores de implementos agrícolas e de autopeças como oportunidade para elevar as exportações brasileiras para o novo membro da OMC.

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