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Cartões dão mais serviços para atrair comerciantes

Taxas chegam a 5%, mas ampliam possibilidade de negócios com cliente

Desde 2010, lojistas passaram a usar um mesmo terminal para processar pagamento de diferentes bandeiras

Zé Carlos Barreta/Folhapress
Eduardo Lima dos Santos passou a aceitar cartão de crédito para ampliar negócios em salão de beleza em São Paulo
Eduardo Lima dos Santos passou a aceitar cartão de crédito para ampliar negócios em salão de beleza em São Paulo

FILIPE OLIVEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Poder receber pagamentos feitos com cartão foi uma prioridade de Eduardo dos Santos, 32, quando abriu seu negócio. Desde o início, o salão de beleza que tem com a mulher há cinco anos já permitia parcelar no cartão.

Sem essa possibilidade, diz Santos, suas clientes não fariam escovas progressiva, mão e pé, para pagar contas de até R$ 300.

O cartão também dá segurança ao dono do salão de que o dinheiro será recebido, o que não existia quando o cheque era moda.

"Mas os clientes não sabem como a gente recebe o pagamento", diz. "Sempre que alguém parcela em três vezes, recebo em 35, 65 e 95 dias."

Eduardo conta que paga taxa de 4,99% para receber desta forma. Se o parcelamento é feito em mais vezes, as taxas vão para 5,99%.

Em caso de urgência para pagar aluguel ou funcionários, ele pode pedir que o saldo que tem para receber seja adiantado. Mas diz que nunca utilizou esta opção:

"Eu digo que existe a bola de neve para o consumidor e para o lojista. Se começo a pedir o adiantamento, perco mais uma boa porcentagem".

CREDENCIADORAS

As taxas pagas por Santos são a cobrança do serviço prestado pelas empresas credenciadoras, ou seja, as que fornecem as máquinas (terminais POS) para que as operações sejam realizadas.

O que é arrecadado é dividido entre credenciadora, banco e a detentora da bandeira, explica o vice-presidente de negócios da Cielo, Eduardo Chedid.

Essa quantia paga o serviço prestado de transmissão e processamento da operação, e remunera o banco pelo risco que corre no caso de o consumidor não pagar.

As credenciadoras também cobram um aluguel pela máquina que fica em torno de R$ 60, diz o consultor Boanerges de Freitas, da Boanerges & Cia. Ele explica que o valor já foi maior, quando cada credenciadora tinha o monopólio de uma bandeira.

Segundo Boanerges, desde 2010, quando isso mudou, a concorrência entre empresas possibilitou uma diminuição de preços, principalmente nos aluguéis dos terminais.

Também levou as credenciadoras a oferecer mais serviços como forma de atrair o lojista. Na Cielo, Chedid destaca a possibilidade de se utilizar os terminais para recarga de celulares e concorrer a prêmios de acordo com a quantidade de vendas.

Desde a mudança, passou a ser possível receber de mais bandeiras com um único terminal, diz a assessora econômica da Fecomércio, Fernanda Della Rosa. Antes, o lojista precisava de mais de uma máquina para atender as principais bandeiras.

TAXAS

As taxas são determinadas caso a caso, de acordo com uma série de variáveis, como o risco do negócio, sua localização, a quantidade de transações realizadas.

Segundo Della Rosa, em geral, grandes varejistas têm um poder maior de negociação com as credenciadoras para obter taxas menores.

Mesmo tendo menos poder de negociação, a economista recomenda que o empresário pesquise em diferentes credenciadoras para conseguir uma taxa melhor.

Para Nelson Barrizzelli, do SPC Brasil, receber cartões é uma boa opção ao lojista. Para ele, o valor das taxas é pequeno e pode ser embutido no valor do produto.

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