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Análise veículos

Produção acelerada causa erro e aumenta recall

Maioria dos defeitos que resultam nas convocações está relacionada a problemas de manufatura ou de montagem

EDUARDO SODRÉ
EDITOR-ADJUNTO DE “VEÍCULOS”

A sequência de lançamentos de automóveis e o aumento da produção no Brasil, na Argentina e no México estão diretamente ligados à elevação do número de recalls.

Os departamentos de controle de qualidade dos fabricantes e de seus fornecedores têm trabalhado em ritmo acelerado para atender à demanda atual.

Há processos que precisam ser seguidos à risca para garantir a confiabilidade de novos componentes, mas a competitividade da indústria pode forçar a abreviação de etapas e, consequentemente, levar a defeitos de fabricação.

Nenhum fabricante de carros ou peças admitirá que tal fato aconteça nas dependências de suas linhas de produção, mas os tipos de problema que têm originado os recalls estão, na maioria dos casos, relacionados a erros de manufatura ou de montagem.

A chegada de novos produtos, que exigem outros procedimentos fabris, também aumenta as chances de erro. Por mais que sejam testados à exaustão, sempre poderá haver uma situação não verificada nos laboratórios.

Para os fabricantes, o procedimento de recall é sempre custoso e desgastante, apesar de mostrar respeito pelo consumidor. Por isso, as marcas têm dedicado maior atenção aos trabalhos de pós-venda, em que as falhas são detectadas.

REDEFINIR PROCESSOS

Um recall não envolve apenas a marca e o consumidor. A cadeia de fornecedores também é acionada, pois muitas vezes é preciso redefinir os processos de manufatura e descartar milhares de peças produzidas fora dos padrões. Isso mexe ainda com os estoques dos revendedores.

Com o mercado automotivo nacional em expansão, a tendência é que o número de chamados para correções venha a aumentar.

A vigilância feita por órgãos como o Grupo de Estudos Permanentes de Acidentes de Consumo (Gepac) força as fábricas a ser mais ágeis na solução de problemas.

É o que acontece nos Estados Unidos, onde a pressão das associações de defesa do consumidor faz a indústria automotiva promover um grande número de recalls por ano. Na maior parte dos casos, os problemas são detectados cedo, quando há poucas unidades nas ruas.

Portanto, um grande número de chamados não significa necessariamente um problema maior para os fabricantes. O mais grave é ter de realizar um recall para reparar milhares de unidades de diferentes anos e modelos.

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