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"Newsweek", 79, abandona papel e só vai ter versão digital Circulação da revista, uma das maiores dos EUA, caiu mais de 50% em 5 anos; última edição impressa sai em dezembro Editora-chefe diz que haverá demissões, mas que qualidade não cairá e que se trata de uma "transição" DO “FINANCIAL TIMES”A revista "Newsweek" vai encerrar seu ciclo de quase 80 anos como publicação em papel e a partir de 2013 existirá só como produto digital. Haverá cortes de pessoal e os negócios da companhia serão "enxugados" nos EUA e internacionalmente, disse a editora-chefe Tina Brown. Em um anúncio inesperado, Brown disse que a edição de 31 de dezembro será a última a circular em papel. Durante décadas, a "News-week", ao lado da "Time", dominou o mercado de revistas semanais de notícias dos EUA e esteve sempre entre as melhores publicações jornalísticas do país. A decisão representa uma aparente admissão de que não havia como restaurar os "dias de glória" da revista, que era a ambição de Brown quando fundiu a "Newsweek" com o "Daily Beast", o site de notícias criado por ela em 2008 e que tem conteúdo próprio, não só da revista. A "Newsweek" uniu forças ao "Daily Beast" em novembro de 2010, apenas três meses depois de ser vendida a Sidney Harman, um empresário do setor de áudio que adquiriu a revista por US$ 1 e assumiu um passivo estimado em US$ 47 milhões. A "Newsweek" sofreu prejuízo de US$ 28 milhões em 2009, e a estimativa é que tenha perdido mais US$ 20 milhões em 2010, quando foi adquirida por Harman, morto no ano passado. Apesar da desaceleração no mercado publicitário para revistas, a "Newsweek" conseguiu manter em alta sua receita com anúncios. O faturamento publicitário cresceu 13% no primeiro semestre de 2012, para US$ 67 milhões. A circulação, no entanto, caiu a menos da metade do que era cinco anos atrás. No primeiro semestre deste ano, a circulação paga total era de 1,5 milhão de exemplares, ante 3,1 milhões no mesmo período em 2007. As vendas em banca caíram 60% no mesmo período, para 42 mil cópias. Boa parte da receita da versão em papel da "Newsweek" vinha de planos de assinatura baratos (em torno de R$ 50 ao ano), e não de vendas em banca, mais lucrativas. Em artigo ontem no site do "Daily Beast", Brown declarou que "é importante que sublinhemos o que essa transição digital significa e, igualmente importante, o que não significa. Estamos conduzindo a 'Newsweek' a uma transição, e não dizendo adeus". "Mantemos nosso compromisso com a 'Newsweek' e com o jornalismo que ela representa. A decisão não se relaciona à qualidade da marca ou do jornalismo -que continua excelente como sempre. Relaciona-se à situação econômica desafiadora da produção e distribuição de mídia impressa", disse. A editora-chefe afirmou ainda que espera cortes de pessoal, mas não revelou quantos perderão o emprego na equipe que hoje conta com 270 funcionários. "Abandonar a mídia impressa é um momento extremamente difícil para todos nós que amamos o lado romântico da imprensa", afirmou Brown, no artigo. "Mas, ao nos aproximarmos do 80º aniversário da 'Newsweek', no ano que vem, precisamos sustentar o jornalismo que dá à revista o seu propósito -e abraçar plenamente o futuro digital." Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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