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Governo não vai barrar vinho estrangeiro

Setor queria medidas para dificultar importação da bebida; varejo promete maior exposição para produto nacional

Produtores pretendem elevar em 50% sua fatia no mercado, para 30%, e prometem investir R$ 200 mi em 4 anos

DE BRASÍLIA

O Brasil não adotará medidas de restrição à importação de vinhos, como pretendiam os produtores brasileiros.

Em contrapartida, o setor recebeu a garantia de maior exposição do produto nacional nas prateleiras de supermercados e importadores.

A possibilidade de barreira à importação foi descartada ontem com o anúncio do fim da investigação para aplicação de salvaguarda à produção nacional, iniciada em março pelo Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior).

Como a Folha antecipou, a equipe do Decom (Departamento de Defesa Comercial), que conduziu a investigação, não havia encontrado argumentos técnicos suficientes para a adoção da medida de proteção ao vinho brasileiro.

Havia a expectativa, no entanto, de uma decisão "política", que envolvesse um acordo entre os diferentes setores da indústria.

A saída honrosa para as vinícolas brasileiras foi acertada no Mdic na sexta-feira passada e formalizada pelo Ibravin (Instituto Brasileiro do Vinho), autor do pedido de salvaguarda, ontem.

A entidade anunciou um acordo com varejistas e importadores para estimular as vendas dos vinhos nacionais, ao mesmo tempo em que encaminhou formalmente ao Mdic o pedido de encerramento da investigação.

Com isso, o governo não precisará anunciar as conclusões da equipe do Decom.

O acordo prevê que varejistas e importadores brasileiros ampliem a exposição dos vinhos nacionais nas prateleiras dos supermercados e aumentem o número de promoções para estimular as vendas da bebida.

VENDAS EM DOBRO

A meta das vinícolas brasileiras é dobrar as vendas de vinhos finos nacionais até 2016, chegando a 40 milhões de litros por ano.

Com isso, os produtores brasileiros esperam alcançar uma participação de pelo menos 30% no mercado nacional.

A fatia da bebida brasileira hoje é de cerca de 20%, segundo o Ibravin.

Os produtores se comprometeram a manter o plano de investimento de R$ 200 milhões para os próximos quatro anos, anunciado inicialmente como contrapartida se a medida de salvaguarda fosse aplicada.

(RENATA AGOSTINI)

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