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Com IPI reduzido, 'inflação do carro' cai

Consumidor paga menos por veículos novos e usados neste ano; preço dos combustíveis recua 2,8% em média

Alguns serviços, no entanto, têm alta no período, como estacionamento (7,8%) e conserto (5,2%)

PEDRO SOARES
DO RIO

Comprar um carro novo ou usado e utilizar produtos e serviços relacionados ao veículo ficou mais barato ou subiu abaixo da inflação neste ano graças à redução de IPI e à maior concorrência do setor, inclusive após a invasão de importados beneficiados pelo câmbio.

Além da facilidade de prazos e custos financeiros, o consumidor pagou, em média, 6,11% a menos por um automóvel novo neste ano (janeiro a outubro), segundo levantamento da Folha com base em dados do IBGE.

No período, o IPCA-15 acumulou alta de 4,49%. O preço do carro usado caiu ainda mais: 9,13%. Diante da redução dos preços do etanol, os combustíveis também recuaram: 2,80%, em média.

Com essas quedas e outras altas em níveis moderados, a "inflação do carro" ficou negativa neste ano em 2,07%, variação do subgrupo veículo próprio do IPCA-15 de janeiro a outubro.

Desde 2008, o preço final ao consumidor dos carros novos e usados está em queda, mas neste ano a previsão da consultoria LCA é de retrações recordes: 5,9% e 10,1%, respectivamente.

"O IPI reduzido começou em 2009 como forma de estimular a produção de veículos e a economia como um todo e resultou na redução dos preços ao consumidor, mas eles já vinham em queda com a concorrência", diz Fábio Romão, economista da LCA.

Para 2012, a consultoria prevê uma recuperação dos preços dos carros novos, com alta de 2%. Mas a taxa, ainda assim, deve ficar abaixo da inflação do próximo ano e um dos motivos é o câmbio, que manterá as importações de carros como uma alternativa viável à produção nacional.

"São vários fatores que levam à queda de preço. O mercado está mais competitivo com a chegada de montadoras, sobretudo da Ásia, e com a importação a baixo custo."

Diante da maior concorrência, diz, mesmo em fases sem redução de IPI os preços demoraram a se recuperar e não subiram na proporção do desconto do tributo.

Há, porém, soluços, como a alta de 0,44% de carros novos em outubro, puxada pela proximidade do fim do IPI reduzido -previsto para este mês e agora adiado para dezembro. "Houve maior procura, uma antecipação de compras, que impulsionou os preços pontualmente."

Para Marlon Salazar, técnico do IBGE, o IPI menor provocou também a deflação dos automóveis usados, já que seus preços são regulados pela oferta de veículos novos.

SERVIÇOS

Já a maior penetração de veículos, inclusive em classes mais baixas de renda, provocou a maior procura de alguns serviços, cujos preços aumentaram -na esteira também da pressão de custos, como o reajuste do salário mínimo, segundo Salazar.

Entre os serviços, destacam-se os aumentos de estacionamentos (7,78%) e conserto de veículo (5,23%) no acumulado do ano, ambos acima da inflação no período. Outros, porém, subiram menos que o IPCA-15 no ano, como pintura (2,56%).

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