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Comércio exterior da Argentina encolhe com ações do governo

Sistema criado por Kirchner dificulta entrada e saída de bens

SYLVIA COLOMBO
DE BUENOS AIRES

O comércio exterior argentino está encolhendo. Em setembro, as importações do país caíram 14%, e as exportações, 12%, segundo dados do Indec (o IBGE argentino).

No caso das importações, 70% dessa queda corresponde ao comércio com o Brasil.

"O Brasil é o principal afetado, pois é o principal sócio. As travas às importações estão impactando de forma direta alguns setores, como o automotivo", diz à Folha Milagros Gismondi, da consultoria Orlando Ferreres.

Desde fevereiro, a Argentina adota um novo sistema de licenças não automáticas. Cada compra é submetida à Secretaria de Comércio Interior, que pode vetá-la.

De janeiro a setembro, a compra do Brasil caiu 19%, ante mesmo período de 2011.

"A importação do Brasil é a mais fácil de restringir. O mesmo não ocorre com equipamentos avançados, por exemplo, da Europa, difíceis de substituir", diz o economista Marcelo Elizondo.

As exportações do país ao Brasil caíram 6% -desse total, 30% são carros.

Mesmo com o encolhimento, o país manteve superavit de US$ 911 milhões, devido à restrição à compra de dólares, que impede a fuga de capitais, maior problema da Argentina em 2011, na avaliação do governo Cristina Kirchner.

RANKING

A Argentina também caiu oito posições no ranking "Doing Business", do Banco Mundial. O país ocupa o 124ª lugar (de 185), atrás dos vizinhos Brasil, Colômbia, México e Chile.

Segundo o relatório, a Argentina é o país em que mais se consome tempo com trâmites burocráticos.

"No comércio pelas fronteiras, a Argentina incrementou o tempo, o custo e o número de documentos necessário para importar", diz o documento.

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