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Análise Apagões estão mais frequentes e tendem a aumentar ADRIANO PIRESESPECIAL PARA A FOLHA Um novo apagão atingiu o país. Nove Estados do Nordeste e parte do Norte tiveram interrompido o fornecimento de energia a partir da 0h14 de ontem. Trata-se da terceira interrupção em menos de 30 dias, sendo o Nordeste atingido pela segunda vez no período. Os apagões estão se tornando frequentes e, considerando a sazonalidade, a quantidade e a frequência das ocorrências, tendem a aumentar. Na contabilidade de desligamentos de outubro estão duas ocorrências em Brasília e uma interrupção que atingiu cidades do Sul, do Sudeste, do Centro-Oeste e do Norte, devido a um incêndio em transformador da subestação de Furnas, em Foz do Iguaçu, no Paraná. Ainda, em 22 de setembro, 11 Estados das regiões Norte e Nordeste ficaram por 30 minutos sem energia. Os recentes apagões, em diferentes localidades, evidenciam problemas na transmissão e na distribuição. Os leilões de energia, ao comercializar empreendimentos de geração em regiões distantes dos grandes centros, contribuem para a construção de linhas de transmissão longas e, consequentemente, difíceis de serem gerenciadas e mantidas. Tal fato, associado a uma fiscalização insuficiente do setor, levou à inadequação dos investimentos em manutenção, motivada pela dúvida sobre o destino das concessões do setor elétrico. Agora, com a nova MP do setor, que usa a renovação das concessões como instrumento para a modicidade tarifária, receia-se que a tarifa, cujo cálculo está a cargo da Aneel, não assegure remuneração adequada às empresas, prejudicando os investimentos em expansão, modernização e manutenção das redes de transmissão e distribuição. Para garantir a confiabilidade do sistema, o governo deveria incentivar o aumento da cogeração, além de maiores estímulos à inserção do smart grid (transformação da rede elétrica em rede inteligente) na distribuição. Apesar de tais eventos terem sido inicialmente tratados como fatos pontuais, o ministro interino de Minas e Energia admitiu que "eventos como esses não são normais e a coincidência então é que é mais anormal ainda". Dessa forma, a robustez e segurança do sistema elétrico brasileiro entram em xeque. ADRIANO PIRES é diretor do Centro Brasileiro de Infra Estrutura. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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