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Guerra dos juros

Banco pequeno vai manter crédito para empresas, afirma BC

Com imagem abalada, segmento financeiro é uma das principais fontes de empréstimos para pequeno empresário

Diretor do Banco Central afirma que instituições estão sólidas e bem capitalizadas; 3 foram liquidadas em 2 anos

SHEILA D’AMORIM
JÚLIA BORBA
DE BRASÍLIA

Se depender da saúde financeira dos bancos médios e pequenos, não faltará crédito para empresas, defende o diretor de Fiscalização do Banco Central, Anthero Meirelles. "Essas instituições estão sólidas, bem capitalizadas e líquidas", afirma em entrevista à Folha.

Uma das principais fontes de financiamento de pequenos empresários, o segmento, que já vinha sofrendo com os reflexos da crise financeira internacional desde 2008, teve sua imagem ainda mais abalada depois das sucessivas descobertas de irregularidades, intervenções e liquidações por parte do Banco Central nos últimos anos.

Em 2012, a situação ainda foi agravada com a condenação, pelo STF (Supremo Tribunal Federal), da cúpula do Banco Rural por fraudes ao sistema financeiro.

A crise do segmento fez ressurgir a discussão sobre uma nova onda de fusões, com a concentração das atividades em bancos de grande porte.

Nos últimos anos, instituições atuantes como PanAmericano e Votorantim foram adquiridas pelos oficiais Caixa Econômica e Banco do Brasil, respectivamente.

Somente nos últimos dois anos, depois de um aperto da fiscalização do BC, seis bancos desse segmento foram vendidos ou trocaram a gestão. O Banco Central liquidou três instituições e uma está sob intervenção.

INSEGURANÇA

A insegurança que paira sobre o setor é visível na análise dos balanços desse segmento, que mostra que, entre 2009 e 2012, algumas instituições perderam depósitos, seja dos clientes, nas negociações entre bancos ou por meio de lançamento de títulos.

No entanto, essas não são as únicas fontes de captação de recursos pelos bancos e, segundo dados do BC, houve crescimento em outras formas de obter dinheiro no mercado financeiro brasileiro, como títulos com garantias específicas, como as LCI.

Por exemplo, no total do sistema financeiro, o volume dessas captações subiu quase R$ 35 bilhões neste ano, enquanto os CDBs (papéis vinculado ao risco da instituição) caíram no mesmo período cerca de R$ 20 bilhões.

Para o BC, a criação recente de outras formas de captação, como os papéis vinculados a créditos concedidos e com garantia do FGC (Fundo Garantidor de Créditos), dão ainda mais força para os bancos médios e pequenos porque reduzirá o custo de captação deles. E isso deverá permitir a oferta de taxas menores na ponta.

Além disso, para o BC, há áreas com grande potencial para exploração por esse segmento. Um deles é o de crédito consignado. Ao contrário dos críticos, o diretor do BC acredita esse não é um mercado que se exauriu.

Estima-se que ainda haja espaço para crescimento nessa área se for considerado que metade dos aposentados, incluindo os do INSS e do setor público, ainda não faz essas operações.

Esse é um nicho explorado por instituições pequenas que, após conceder os créditos, vendem suas carteiras para bancos maiores.

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