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Sem reajustes, Petrobras busca alternativas para aumentar caixa

Estatal recebe no 3º tri pagamento de R$ 1,7 bi da Eletrobras e libera R$ 5 bi em garantia de dívida

Mesmo buscando cortar gastos, custo de extração de petróleo de julho a setembro teve aumento de 17%

PEDRO SOARES
DO RIO

Sem um reajuste dos combustíveis à vista, a Petrobras procura alternativas para engordar seu caixa para fazer frente a seu ambicioso plano de investimento.

No terceiro trimestre, a estatal obteve êxito em duas frentes: conseguiu receber

R$ 1,7 bilhão devido por distribuidoras de energia da Eletrobras e liberou outros R$ 5 bilhões em títulos públicos que era obrigada a manter como garantia de uma dívida com o fundo de pensão de seus empregados, o Petros.

No caso da Eletrobras, a negociação foi concluída parcialmente e a expectativa é a de que novos pagamentos ocorram. A Eletrobras já estimou em R$ 3 bilhões o valor devido à Petrobras.

O débito tem origem na falta de pagamento do combustível vendido pela distribuidora BR às térmicas a óleo da região Norte. Almir Barbassa, diretor financeiro da Petrobras, afirmou que a negociação com a Eletrobras continua, mas não quis antecipar o valor total do acordo.

O dinheiro será usado para compor o caixa da estatal, afetado pela não correção dos preços dos combustíveis e pelos gastos maiores com a importação de gasolina.

De acordo com Barbassa, não está previsto um reajuste no curto prazo, embora a defasagem ante às cotações internacionais se mantenha. "Não há data para um reajuste", disse o executivo.

No terceiro trimestre, a companhia estatal lucrou

R$ 5,6 bilhões, 12% menos do que no mesmo período do ano passado. De janeiro a setembro, o lucro caiu 52%.

PRODUÇÃO

Apesar do problemas enfrentados no terceiro trimestre, a Petrobras se mostra otimista com as expectativas de produção de petróleo até o fim do ano e manteve sua meta de produzir cerca de 2 milhões de barris/dia neste ano.

Segundo José Formigli, diretor de Exploração e Produção, a estatal enfrentará menos paradas de produção em suas plataformas e um novo sistema de produção começou a operar neste mês, ampliando a extração de óleo.

No mês passado, a Petrobras registrou o menor nível de produção em quatro anos, com extração de 1,843 milhão de barris, o que representa uma queda de 4,4% na comparação com o mês anterior.

CUSTOS COM PESSOAL

Mesmo diante dos esforços da Petrobras para conter gastos, a estatal ampliou seu custo de extração de petróleo no período de julho a setembro em 17% na esteira de fatores como maiores gastos com pessoal, mais intervenções em poços (como despesas com aluguel de sondas) e produção menor no período.

O peso mais significativo veio da despesa de R$ 875 milhões com o acordo coletivo firmado com os funcionários da estatal. "Foi um impacto pontual", afirmou Barbassa.

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