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Dólar leva três setores do azul ao vermelho

Transporte, celulose e química saem de lucro para prejuízo com alta de 19% da moeda americana no 3º trimestre

Só energia elétrica e comércio escapam de queda em ganhos; receita das empresas em geral cresce 11%

CAROLINA MATOS
TONI SCIARRETTA
DE SÃO PAULO
Lucas Lacaz Ruiz - 11.jan.11/Folhapress
Fábrica da Fibria em Jacareí, interior de SP; empresa foi uma dasmais afetadas por câmbio
Fábrica da Fibria em Jacareí, interior de SP; empresa foi uma dasmais afetadas por câmbio

Três dos dez setores com o maior número de empresas -75 no total- saíram de lucro no terceiro trimestre de 2010 para prejuízo no mesmo período de 2011, pressionados pela alta do dólar. E cinco reduziram ganhos.

É o que mostra levantamento da consultoria Economatica, que considerou 127 companhias, com exceção de bancos, Vale e Petrobras.

O segmento mais prejudicado foi o de papel e celulose, cuja perda de R$ 1,79 bilhão no terceiro trimestre de 2011 equivale, em números absolutos, a mais que o dobro do lucro de um ano antes (R$ 825,9 milhões).

Esse setor foi o único a ter queda de faturamento, de 6,7%, para R$ 3,79 bilhões. Considerando todos os segmentos, houve aumento de 11,1% da receita, quase quatro vezes o previsto pelo mercado para expansão do PIB do país no ano.

Os outros setores que passaram do azul para o vermelho foram química (R$ 793,5 milhões de ganho para perda de R$ 779,4 milhões) e transporte e serviços (de R$ 1,1 bilhão de lucro para prejuízo de R$ 357,1 milhões).

No terceiro trimestre deste ano, a moeda americana subiu 18,8% -de R$ 1,561 para R$ 1,854- e encareceu os custos em dólar das empresas, como dívidas e insumos importados. No mesmo período de 2010, a moeda havia tido baixa de 6%, para R$ 1,694.

LUCRO MAIOR

Os dois únicos setores que registraram aumento de lucro foram o de energia elétrica (alta de 6%), ligado a uma necessidade de consumo considerada básica, e o de comércio (3%), mais imune às crises externas por causa da força do mercado doméstico.

"A alta recente do dólar não deve se manter, com investidores de fora voltando ao Brasil pela crise externa. Consumidores e empresas terão de se adaptar a um dólar perto de R$ 1,70", diz Alexandra Almawi, economista da Lerosa Investimentos.

Entre as 30 maiores companhias, independentemente do setor, a Fibria, de papel e celulose, foi a mais prejudicada. A empresa é resultante da fusão da VCP e da Aracruz, que quase quebrou em 2008.

Desta vez, a Fibria saiu de um lucro de R$ 302,3 milhões no terceiro trimestre de 2010 para prejuízo de R$ 1,1 bilhão.

A Brasil Foods, união da Perdigão com a Sadia -outra empresa derrubada pelo dólar em 2008-, teve alta do lucro: de R$ 211,4 milhões para R$ 365 milhões.

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