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Vazamento diminui, mas mancha cresce

Volume de óleo que sai de poço da Chevron se reduz, porém petróleo se espalha mais, afirma diretor da ANP

Agência diz que multa a petroleira 'será alta' e que houve falha na operação; delegado aponta crime ambiental

DENISE LUNA
CIRILO JUNIOR
MARCO ANTÔNIO MARTINS
DO RIO

Imagens submarinas feitas pela Chevron ontem indicaram que o fluxo de óleo que há dez dias sai de um poço da empresa no pós-sal da bacia de Campos está diminuindo, mas o volume de petróleo que já foi liberado para o mar é bem maior do que o informado inicialmente.
De acordo com a ANP (Agência Nacional do Petróleo), o vazamento ocorreu por problemas de operação da petroleira, e não por falhas geológicas.
Segundo Haroldo Lima, diretor-geral da ANP, o relatórios da equipe do órgão que acompanha na Chevron as operações para interromper o vazamento iniciado no dia 7 informa que ele é residual. Vazaram 2.300 barris.
Ele admitiu, no entanto, que a mancha cresceu nos últimos dias, já que a tendência do óleo é se espalhar. Segundo Lima, a mancha estaria seguindo para o sudeste e já estaria bem diluída.
"O primeiro estágio de cimentação do poço foi concluído hoje com sucesso. Com o fechamento do poço, a mancha vai deixar de ser alimentada." O escapamento do petróleo para a superfície ocorreu a 150 metros do poço, informou Lima.
Ao todo serão cinco etapas para o fechamento do poço, e a previsão é que o trabalho seja concluído no sábado.
Lima disse ainda que a multa à Chevron "será alta", mas não soube informar o valor. "Temos que avaliar as causas. No princípio eles argumentaram que o acidente foi por causas naturais, mas não aceitamos, vamos investigar", disse o diretor.
Para o delegado Fábio Scliar, da Delegacia de Meio Ambiente e Patrimônio Histórico, da PF, no Rio, não há dúvida de que houve crime ambiental.
"O crime de poluição já está configurado", afirmou.
Os funcionários da empresa que estão na plataforma serão chamados a depor no inquérito aberto pela PF a partir na próxima semana.

SINAL VERMELHO
O secretário de Ambiente do Rio de Janeiro, Carlos Minc, quer impor o máximo de punições à empresa. "É um sinal vermelho para o pré-sal que vem aí, por isso apoiamos a ação criminal da PF, não pode ficar barato."
Segundo o oceanógrafo David Zee, que foi nomeado pela PF como perito técnico para avaliar o caso, o óleo que vaza leva de oito a nove horas para atingir a superfície.
"O óleo continua vazando, não houve estancamento. A mancha tem aumentado, o que não quer dizer que o vazamento não tenha diminuído. O mar e vento podem estar espalhando mais a mancha", comentou. A Marinha confirmou essa informação.

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