São Paulo, terça-feira, 01 de junho de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

commodities

MT quer abocanhar fatia maior no setor de flores tropicais

Estado desenvolve, em campo experimental, quatro novas espécies visando os mercados interno e externo

Espécies como alpínia e helicônia são testadas em cultivos controlados em estufas ou expostas diretamente ao sol

RODRIGO VARGAS
DE CUIABÁ

Campeão na produção de soja, carne e algodão, Mato Grosso tem solo e condições climáticas para também se tornar um produtor competitivo de flores tropicais.
A possibilidade vem sendo avaliada, na prática, por pesquisa desenvolvida pela Empaer (Empresa Mato-Grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural) em um campo experimental de Acorizal (62 km de Cuiabá).
O trabalho estuda quatro espécies em nove variedades que podem vir a abastecer tanto o mercado interno como o externo.
Outras duas espécies devem ser analisadas ainda neste ano, diz a pesquisadora Elaine Daltro, uma das coordenadoras do estudo, feito em parceria entre UFMT (Universidade Federal de MT) e Fapemat (Fundação de Amparo à Pesquisa de MT).
Rústicas e naturalmente adaptadas ao calor, espécies como a helicônia e a alpínia são testadas em cultivos controlados em estufas ou diretamente expostas ao sol.
O objetivo é identificar técnicas de adubação (a farinha de osso é um dos insumos avaliados), irrigação e sombreamento que sejam mais adequadas às características de Mato Grosso.
"Os primeiros produtores começaram a trabalhar nos moldes do que é feito no Nordeste, onde se concentra a maior parte da produção brasileira. Mas há particularidades importantes, como a intensidade da luz, que aqui é maior", afirma Elaine.

REVERTER QUADRO
Segundo o Sebrae, há hoje apenas dez produtores de flores tropicais no Estado, em uma área total não superior a 20 hectares. A produção, medida em hastes, é de 10 mil unidades mensais.
Nesse cenário, a maior parte da demanda interna é atendida via importações. Para a pesquisadora, Mato Grosso tem potencial para reverter esse quadro e ainda buscar outros mercados.
Para Augusto Aki, consultor do Sebrae nacional, a pesquisa pode amenizar o "gargalo" da assistência técnica especializada. "Essa carência é o maior entrave à produção de flores tropicais no Estado", afirma Aki.
Segundo ele, o mercado é promissor e os custos de produção por hectare não chegam a 20% do investimento para a produção de flores de clima temperado.
"É uma alternativa interessante também para pequenos produtores, que podem produzir em um regime de consórcio com hortaliças, por exemplo", diz.
No curto e médio prazos, Aki diz não acreditar em uma participação significativa de Mato Grosso no mercado nacional de flores tropicais.
Segundo ele, Alagoas, Bahia e Pará já estão consolidados no segmento.


Texto Anterior: Frases
Próximo Texto: Análise / Milho: Falta de planejamento afeta sucesso da cadeia produtiva
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.