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commodities
MT quer abocanhar fatia maior no setor de flores tropicais
Estado desenvolve, em campo experimental, quatro novas espécies visando os mercados interno e externo
Espécies como alpínia e helicônia são testadas em cultivos controlados em estufas ou expostas diretamente ao sol
RODRIGO VARGAS
DE CUIABÁ
Campeão na produção de
soja, carne e algodão, Mato
Grosso tem solo e condições
climáticas para também se
tornar um produtor competitivo de flores tropicais.
A possibilidade vem sendo
avaliada, na prática, por pesquisa desenvolvida pela Empaer (Empresa Mato-Grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural) em um
campo experimental de Acorizal (62 km de Cuiabá).
O trabalho estuda quatro
espécies em nove variedades
que podem vir a abastecer
tanto o mercado interno como o externo.
Outras duas espécies devem ser analisadas ainda
neste ano, diz a pesquisadora Elaine Daltro, uma das
coordenadoras do estudo,
feito em parceria entre UFMT
(Universidade Federal de
MT) e Fapemat (Fundação de
Amparo à Pesquisa de MT).
Rústicas e naturalmente
adaptadas ao calor, espécies
como a helicônia e a alpínia
são testadas em cultivos controlados em estufas ou diretamente expostas ao sol.
O objetivo é identificar técnicas de adubação (a farinha
de osso é um dos insumos
avaliados), irrigação e sombreamento que sejam mais
adequadas às características
de Mato Grosso.
"Os primeiros produtores
começaram a trabalhar nos
moldes do que é feito no Nordeste, onde se concentra a
maior parte da produção brasileira. Mas há particularidades importantes, como a intensidade da luz, que aqui é
maior", afirma Elaine.
REVERTER QUADRO
Segundo o Sebrae, há hoje
apenas dez produtores de
flores tropicais no Estado, em
uma área total não superior a
20 hectares. A produção, medida em hastes, é de 10 mil
unidades mensais.
Nesse cenário, a maior
parte da demanda interna é
atendida via importações.
Para a pesquisadora, Mato
Grosso tem potencial para reverter esse quadro e ainda
buscar outros mercados.
Para Augusto Aki, consultor do Sebrae nacional, a pesquisa pode amenizar o "gargalo" da assistência técnica
especializada. "Essa carência é o maior entrave à produção de flores tropicais no Estado", afirma Aki.
Segundo ele, o mercado é
promissor e os custos de produção por hectare não chegam a 20% do investimento
para a produção de flores de
clima temperado.
"É uma alternativa interessante também para pequenos produtores, que podem
produzir em um regime de
consórcio com hortaliças,
por exemplo", diz.
No curto e médio prazos,
Aki diz não acreditar em uma
participação significativa de
Mato Grosso no mercado nacional de flores tropicais.
Segundo ele, Alagoas, Bahia e Pará já estão consolidados no segmento.
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