São Paulo, quinta-feira, 01 de julho de 2010

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TCU

Viagem do trem-bala entre Rio e SP não poderá superar 93 minutos

DE BRASÍLIA - O TCU (Tribunal de Contas da União) determinou que o tempo máximo de viagem do trem-bala entre SP-RJ não ultrapasse 93 minutos.
Essa foi uma das mais de 20 determinações e recomendações do órgão para liberar o lançamento do edital da obra, previsto para as próximas semanas. Vencerá a concorrência quem oferecer o maior desconto na tarifa, fixada em R$ 199,78 (classe econômica).
Além disso, os ministros entenderam que quem vencer a concessão não terá direito a revisão de tarifa caso a demanda de passageiros prevista não seja alcançada.
Isso porque os técnicos entenderam que houve manipulação do estudo de demanda para aumentar o número de passageiros previstos.
O tempo de viagem máximo foi estabelecido para uma velocidade média de 280 km/h. Segundo o relator, ministro Augusto Nardes, já há tecnologias que atingem velocidades médias maiores. Por isso, é necessário ter uma garantia de tempo máximo.
Pelos estudos, um passageiro de avião leva 110 minutos no trajeto SP-RJ, considerando o tempo de check-in. De carro, são cinco horas e de ônibus, seis horas e 15 minutos.
O tempo e a tarifa são fatores determinantes para a estimativa do número de passageiros para o trecho, que ficou em 3,8 milhões/ano.
Pelo estudo, o trem roubaria 46% dos passageiros de avião, 60% dos de ônibus e 38% dos de carro. Outros 14,1 milhões/ano usariam as linhas regionais (principalmente SP-Campinas).
Para chegar a esses números a consultoria contratada fez uma pesquisa com 7.000 pessoas. Mas os técnicos do TCU apontaram que ela foi manipulada.
Aos entrevistados era apresentado um vídeo ressaltando características ruins dos outros meios. Por isso, segundo o relatório, "a aplicação desse método pode ter conduzido a superestimação de demanda".
Para evitar que em caso de erro da estimativa a tarifa suba, o TCU determinou que isso seja vedado já no edital.
Além disso, limitou em 60,3% o valor do financiamento público para a obra, que foi reestimada de R$ 34,6 bilhões para R$ 33,1 bilhões.


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