São Paulo, segunda-feira, 01 de agosto de 2011

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FINANÇAS PESSOAIS

MARCIA DESSEN - marcia.dessen@bmibrasil.com.br

Comprar quando e quanto? Pagar menos agora ou mais depois?

Raramente temos dinheiro no bolso ou no banco para comprar tudo o que queremos e tudo o que precisamos.
Raramente, também, as pessoas planejam suas compras com antecedência, visando identificar suas prioridades, os custos envolvidos e a disponibilidade de recursos para tomar a decisão do que vão comprar agora, as compras que serão adiadas e as que não serão feitas.
A sensação de comprar, na hora em que dá vontade, é boa demais!
Quando não há orçamento que controla a disponibilidade de recursos, a liberdade é maior ainda -e a decisão da compra é tomada por puro impulso.
Quando o orçamento existe e indica que não há dinheiro que pague os impulsos, ainda assim é muito difícil resistir à tentação de comprar.
O que se observa com muita frequência é a compra feita por impulso. O prazer, a adrenalina da compra, a sensação de poder superam largamente os benefícios de um planejamento cauteloso, chato e sem graça.
Mas não há dúvida de que comprar por impulso reduz um bocado o poder de compra do consumidor.
Curioso, não é mesmo? Comprar é uma delícia. E planejar as compras e acumular recursos antes de fazê-lo pode ser chato, mas é uma forma de ampliar sua satisfação.

VANTAGENS
1) Pense antes de comprar. Organize as ideias, liste as coisas que quer e precisa, classifique as prioridades. Identifique o valor de cada item.
2) Receber juros em vez de pagar. Embora pareça pouco, a capitalização composta de juros ao longo do tempo tem um poder incrível.
Anote: R$ 200 depositados todos os meses com juros estimados de 0,7% ao mês acumulam R$ 2.495 em um ano e R$ 8.156 em três anos. Em cinco anos serão R$ 14.850; em dez anos, R$ 37.417.
3) Poupar não é nada fácil. E será difícil resistir à vontade de mexer no dinheiro antes da hora. O esforço de poupar deixará claro se você quer, de fato, o que pensou que queria. É bem possível que você desista da compra.
4) Ao final do período de poupança, você terá mais dinheiro e poderá comprar mais produtos ou serviços.

INFLAÇÃO
Fique atento à inflação. Nem sempre mais dinheiro significa mais poder de compra. Explico melhor. Hoje você tem R$ 5.000 e consegue comprar uma cesta definida de produtos e serviços por R$ 5.000. Daqui a um ano, esse capital corrigido a 0,7% ao mês será de R$ 5.436.
Sua soma em dinheiro aumentou, mas será que seu poder de compra também cresceu na mesma proporção?
A resposta será positiva caso você consiga a mesma cesta definida de produtos e serviços por um valor inferior a R$ 5.436. Nesse caso, você conseguirá comprar a mesma coisa com menos dinheiro. E poderá poupar parte do seu capital ou comprar mais coisas com o valor excedente.
A situação inversa não é favorável ao consumidor. Suponha que daqui a um ano o valor investido de R$ 5.436 seja insuficiente para comprar a mesma cesta de produtos e serviços definida.
Nesse cenário, o seu poder de compra terá diminuído, porque os preços dos itens que compõem a cesta definida subiram mais do que o seu capital investido. Com o mesmo capital você comprará uma cesta menor de produtos e de serviços.
Essa é a razão pela qual o consumidor precisa sempre ficar de olho na inflação. Principalmente na inflação da sua cesta de consumo, ou seja, na variação dos preços dos itens da sua cesta de consumo em particular.

MARCIA DESSEN, Certified Financial Planner, é sócia e diretora-executiva do BMI Brazilian Management Institute, professora convidada da Fundação Dom Cabral e cofundadora do Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros.


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