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Produção da indústria volta a crescer
Em julho, segundo o IBGE, a expansão foi de 0,4% em relação a junho; dado interrompe sequência de quedas
Resultado reforça
a expectativa de uma retomada da aceleração da economia do país
no terceiro trimestre
VERENA FORNETTI
DO RIO
A produção industrial do
país voltou a crescer em julho, após três meses seguidos de queda.
Segundo o IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística), a produção industrial registrou expansão de
0,4% em julho na comparação com o mês anterior e de
8,7% em relação a julho do
ano passado.
O dado reforça a expectativa de que a economia voltou
a se acelerar no terceiro trimestre na comparação com o
segundo -em abril, maio e
junho, diversos indicadores
haviam revelado acomodação do crescimento "chinês"
que o país registrou nos primeiros meses do ano.
Porém, essa volta do crescimento no início do terceiro
trimestre ocorre em ritmo
menor do que o verificado de
janeiro a março -no terceiro
mês do ano, a expansão havia sido de 3,4% em relação
ao mês anterior.
O resultado positivo da indústria foi puxado pela produção de veículos automotores, que avançou 3,6% ante
junho, e de bens intermediários (compras feitas internamente na indústria), com alta
de 0,9% no período.
"Em julho, as principais
expansões foram registradas
em bens intermediários, que
são um passo antecedente
para a produção de bens finais", disse André Macedo,
economista do IBGE.
De janeiro a julho, a expansão acumulada da indústria é de 15% -é a maior alta
para esse período na série
histórica, iniciada em 1991.
O crescimento elevado se
explica porque a comparação é feita sobre um número
depreciado, já que a indústria foi o setor mais afetado
pela crise internacional.
Macedo diz que o dado de
julho intensificou a trajetória
ascendente do setor.
Segundo o IBGE, a produção da indústria agora está
1,7% abaixo do seu patamar
historicamente mais elevado, visto em março último.
PERSPECTIVAS
Rogério Souza, economista do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento
Industrial), afirma que a indústria terá um crescimento
mais equilibrado daqui para
a frente.
"O crescimento do início
do ano era insustentável. Teríamos gargalos", diz.
Para o economista, os números do IBGE indicam que
os empresários estão em busca de um novo ponto de equilíbrio após o fim dos incentivos fiscais dados pelo governo e da Copa do Mundo,
evento que alavancou a produção de eletrônicos.
Macedo também destaca
que o comportamento da indústria sugere que a taxa básica de juros não deve continuar subindo.
A taxa, determinada pelo
Banco Central, é um dos principais instrumentos da autoridade monetária para controlar a demanda e a quantidade de moeda em circulação no país.
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