São Paulo, quarta-feira, 01 de setembro de 2010

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VAIVÉM

MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@uol.com.br

Importar algodão já é mais favorável, diz Cepea

O algodão mantém forte aceleração de preço no mercado interno e continua sendo negociado por valores próximos do recorde de 2004. Resultado: para algumas indústrias, já é mais viável importar do que pagar os valores praticados no mercado interno.
Na avaliação do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), que acompanha diariamente as cotações do produto, "os atuais preços domésticos atingiram o patamar da paridade de importação, chegando mesmo a ultrapassá-lo, dependendo da condição da empresa importadora, da localização, da possibilidade de drawback etc.".
A alta do algodão, que já acumula 37,5% neste mês no mercado interno, se deve a baixos estoques, tanto no Brasil como no exterior. Além de oferta menor no Brasil, o mercado convive com a previsão de queda na safra paquistanesa devido às recentes enchentes no país.
Muitas empresas deixaram para se abastecer no período de safra, mas não encontram os volumes desejados de algodão para a formação de estoques.
Agora, mesmo com oferta interna restrita, estão indo ao mercado e dando sustentação aos preços.
O Indicador do Cepea de algodão em pluma para pagamento em oito dias já subiu 65,3% neste ano. Ontem, o produto atingiu R$ 2,24 por libra-peso (454 gramas) para pagamento em oito dias.
Em Nova York, o algodão atingiu US$ 0,89 por libra-peso na Bolsa de mercadorias. Esse valor supera em 8,2% o de há um mês e em 54,2% o de há um ano.

Perda milionária As condições precárias dos portos brasileiros provocam frequentes cancelamentos de navios, o que tem trazido prejuízos de até US$ 200 milhões ao setor de couro, diz Wolfgang Goerlich, do CICB (entidade do setor de couro).

Convocação Joesley Mendonça Batista, do JBS, e José Sergio Gabrielli, da Petrobras, vão ser chamados ao Senado para debater o tema "nível de endividamento com o BNDES", conforme requerimento de iniciativa do senador José Bezerra (DEM/RN).

Menos trigo A produção mundial de trigo cai para 646 milhões de toneladas neste ano, segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação), devido à safra menor na Rússia por causa da seca. A queda é de 5% em relação a 2009.

Exportações Aproveitando a quebra mundial de safra, as cooperativas do Paraná querem exportar trigo da safra 2010. O objetivo é conseguir maior liquidez no mercado e remuneração melhor para o produtor, segundo a Ocepar.

Exportação cresce e EUA devem obter US$ 113 bi

Os Estados Unidos estão exportando mais do que previam no setor do agronegócio. Com isso, as receitas com as vendas externas do setor devem somar US$ 113 bilhões no ano fiscal de 2011 (término em 30 de setembro de 2011).
Se confirmados, esses dados apontam evolução de 5% sobre as receitas de 2010. Quando comparadas às de 2009 -ano ainda afetado pela crise mundial-, as exportações dos norte-americanos mostram aumento de 17%.
Os dados são do Usda (Departamento de Agricultura dos EUA) e, se confirmados, elevam o saldo do agronegócio a US$ 31,5 bilhões.
As exportações de soja em grãos devem atingir US$ 15,2 bilhões no período.


Com KARLA DOMINGUES


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