São Paulo, sábado, 01 de outubro de 2011

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Bolsa decepciona pelo 6º mês seguido

No ranking dos investimentos, dólar tem outubro excepcional com alta de 18%, maior variação mensal desde 2002

Em mais um mês em que as taxas de inflação avançaram, produtos de renda fixa tiveram desempenho sofrível

EPAMINONDAS NETO

DE SÃO PAULO

Investidores tiveram um mês excepcional em vários sentidos no mercado financeiro. A Bolsa recuou novamente, mas de uma forma que não era vista em quase três anos.
O dólar disparou, contrariando todas as projeções. No país dos juros mais altos do planeta, a renda fixa mostrou um desempenho somente razoável na comparação com a evolução da inflação.
Até setembro, aplicações baseadas na moeda norte-americana eram desaconselhadas por dez entre dez gestores de investimentos.
O receio quanto aos desdobramentos da crise financeira global fez com que se buscasse o dólar como alternativa clássica em momentos de crise.
A taxa de câmbio teve sua maior variação mensal desde 2002 -18%, no topo da rentabilidade do período.
E com a disparada de setembro, o câmbio avançou no ranking anual de investimentos, ao apresentar um retorno de 13%, somente inferior à forte valorização do ouro no período (19,4%).

SINAIS
"Não devemos descartar novas altas do dólar em outubro", diz Ricardo Binelli, diretor de investimento da Petra Corretora. "Temos vários sinais de que isso vai se manter assim [no curto prazo]", afirma Binelli.
Produtos de renda fixa ocupam uma posição intermediária nessa comparação de desempenhos, sem amargar as perdas registradas na Bolsa nem proporcionar a rentabilidade gorda do dólar.
Mas começaram a perder terreno para a inflação (0,65%, pelo IGP-M). Essa desvantagem pôde ser observada no caso da poupança (retorno de 0,60%), enquanto o CDB (rentabilidade de 0,94%) ainda ganhou o mês.
Gestores advertem, porém, sobre a possibilidade de desempenho desfavorável neste último trimestre, num cenário de juros em queda, mas sem o alívio correspondente da inflação.
A Bolsa registrou o sexto mês de queda: o índice Ibovespa teve perda de 7,38% no mês. No ano, somou 24,5%. A instabilidade deve prosseguir neste último trimestre, e especialistas aconselham a Bovespa somente para investidores de longo prazo.


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