São Paulo, sábado, 01 de outubro de 2011

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Associação teme megatráfego de jatinhos

Área militar em São José dos Campos pode abrigar pátio de aeronaves executivas durante a Copa do Mundo

Proposta apresentada pelo ex-ministro Ozires Silva prevê grande complexo do ar com hangar e universidade

MARIANA BARBOSA

DE SÃO PAULO

O Brasil deverá receber cerca de mil aeronaves executivas de patrocinadores, torcedores abonados e chefes de Estado na Copa de 2014, estima a Infraero.
No entanto, faltando menos de mil dias para o mundial, o país não tem um plano para receber esses voos, alerta a Abag (Associação Brasileira de Aviação Geral).
Falta principalmente pátio para abrigar jatos privados e também um esquema de segurança para receber os passageiros internacionais.
"Esses aviões poderão vir de 39 mil aeroportos espalhados pelo mundo. É diferente da aviação comercial regular, que está conectada a 50 cidades e você tem como saber se o raio-X foi feito corretamente", afirma Francisco Lyra, presidente da Abag.
Em conjunto com o ex-ministro Ozires Silva, ex-presidente da Embraer, a Abag apresentou ao governo nesta semana uma proposta que transformaria uma área militar no entorno do aeroporto de São José dos Campos (SP) em um grande complexo aeroportuário. Com pátio suficiente para abrigar jatos executivos na Copa e uma "universidade do ar" para formar pilotos e mecânicos.
Tanto a Alemanha como a África do Sul tiveram problemas com a aviação executiva durante o mundial. No país africano, os pátios ficaram lotados e muitos voos regulares tiveram de ser desviados para outros aeroportos.
Em Berlim, com a decisão do primeiro-ministro da Itália (Silvio Berlusconi) e do presidente da França (Nicolas Sarkozy) de assistir à partida final, houve uma enxurrada de pedidos de slots (espaço para pouso e decolagem) por empresários.
A solução mais segura e fácil, para Lyra, é fechar o espaço aéreo num raio de 50 km em torno dos estádios -para evitar ataques terroristas.

ESPAÇO RESTRITO
"O mais fácil pode virar pesadelo. É melhor se programar do que administrar exceções", diz Lyra. "A exemplo do que ocorreu na Alemanha, sempre haverá alguém bem conectado querendo pousar ou estacionar, em detrimento das operações normais."
Para a Olimpíada de Londres, no ano que vem, está sendo criado um espaço aéreo restrito por onde só poderão voar aviões que tiverem origem em um aeroporto reconhecido como de excelência na segurança, os chamados "gateway airports".
A cidade prevê um incremento de 10 mil movimentos de jatos executivos, sendo 200 só de chefes de Estado.


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