São Paulo, terça-feira, 01 de novembro de 2011

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Consultor diz que, em aves, Brasil é rival dele mesmo

No setor, hegemonia do país é cada vez maior

AGNALDO BRITO

ENVIADO ESPECIAL A INDAIATUBA

Nenhum país tem ou terá condições de disputar a hegemonia brasileira no mercado internacional de carnes de frango. A avaliação é de Gordon Butland, presidente da Global Poultry Strategies, um dos consultores mais ouvidos no mercado de aves.
"Estou otimista com o Brasil, mas devo dizer que o único concorrente do Brasil é o próprio Brasil", diz. Butland, que comandou o setor de aves do holandês Rabobank e foi o principal convidado de um seminário organizado pela empresa de aditivos para ração Novus, com sede em Indaiatuba (SP).
Nascido na Inglaterra, mas com vínculo gerado por quatro filhos brasileiros, Butland vive hoje na Tailândia. De lá, tem observado o comportamento do mercado mundial de carne de frango. Para ele, nenhum país irá tirar a hegemonia brasileira nas próximas duas décadas.
Maior exportador do mundo, o país deve vender neste ano no mercado internacional entre 3,9 milhões e 4 milhões de toneladas. "O importante não é o volume, mas o valor que as exportações do Brasil têm alcançado. Os volumes exportados podem crescer 2,4%, mas o valor crescerá 22%", diz Butland.

NORTE E NORDESTE
A produção brasileira deve atingir 12,8 milhões de toneladas. Em 2012, esse volume deve alcançar níveis de 13,5 milhões, segundo expectativa do mercado internacional. Parte deve ser consumida no ainda crescente mercado interno, principalmente no Norte e no Nordeste.
Mas as exportações brasileiras vão continuar a crescer. Oriente Médio, Rússia, Japão, Europa e África são mercados em que o Brasil ou já tem grande presença ou tem condições de tê-la.
Os Estados Unidos são grandes competidores, mas a diplomacia comercial norte-americana sofre com os efeitos gerados por questões de ordem geopolítica, dificuldade que o Brasil não tem.
"O que falta ao Brasil é ter exatamente uma dose maior de diplomacia comercial", afirma. Países como Argentina e Ucrânia crescem no mercado de aves, mas apenas irão "beliscar" a posição brasileira. O que falta ao Brasil é vencer as dificuldades do Brasil.


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