São Paulo, quarta-feira, 02 de fevereiro de 2011

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"Caixa não colocará dinheiro no banco"

Novo presidente do PanAmericano diz que alvo do BTG Pactual, que comprou instituição, vai além da classe C

Executivo estima que banco passe a dar lucro em dois anos e que objetivo é estar entre os cinco maiores

Daniel Marenco/Folhapress
José Luiz Acar Pedro, novo presidente do PanAmericano, que pertencia a SilvioSantos

DE SÃO PAULO

O novo presidente do banco PanAmericano, José Luiz Acar Pedro, diz que não haverá subsídio da Caixa na gestão da instituição.
Ex-vice-presidente do Bradesco, sócio do BTG Pactual, Acar, 58, como é chamado, diz que é um equívoco imaginar que o alvo do BTG Pactual é só a classe C. "Estamos abrindo um novo segmento de negócio", disse à Folha.
(MARIO CESAR CARVALHO)

 

Folha - Dá para recuperar um banco que era alavancado por uma TV e tinha uma administração tão caótica que só na semana passada se descobriu que o rombo era da ordem de R$ 3,8 bilhões?
José Luiz Acar Pedro -
A resposta é sim. O PanAmericano tem uma equipe de negócios muito bem focada. Se você tiver serviços apropriados e "funding" [recursos para investir], então... Com dois sócios como Caixa e BTG Pactual, você recupera, sim.

Em quanto tempo o banco deve voltar a dar lucro?
A gente estima que o primeiro ano será de ajuste, de investimento, de formação de carteira. No segundo ano, deve começar a dar lucro.

Há quem diga que o BTG Pactual fez um negócio da China porque a Caixa vai acabar trazendo mais fundos do que vocês. Há alguma verdade aí?
Não é um negócio da China. O BTG Pactual vai dar linha de crédito nas mesmas condições que a Caixa. Não tem subsídio da Caixa. É tudo taxa de mercado.

Há um rumor de que o BTG compraria R$ 3 bilhões em recebíveis do PanAmericano, e a Caixa, R$ 5 bilhões.
Isso é irrelevante. Dependendo do recebível e da taxa, isso pode ser invertido. Também depende do apetite de cada um dos sócios.

O BTG Pactual não tem tradição de varejo. A dúvida é se um banco de investimentos consegue tocar uma instituição focada na classe C.
O BTG Pactual é diferente dos bancos de investimentos estrangeiros. Estamos vislumbrando que o varejo pode ser um novo nicho. Será nossa quarta linha de negócios: temos banco de investimentos, "asset management" [gestão de ativos], "wealth management" [gestão de fortunas]. A entrada no crédito ao consumidor e crédito consignado só tem sentido com a sociedade da Caixa. Sem a Caixa, não entraríamos.

O alvo é a classe C?
É crédito ao consumidor "middle market" [crédito para empresas médias]. Financiamento de veículo usado é classe C. Mas financiamento de veículo zero não é só classe C. E o PanAmericano faz financiamento de veículo zero. Essa grade é relativamente ampla. Quando você fala em crédito consignado, há segmentos do governo que estão no alto da pirâmide. Não é só classe C. Estamos abrindo um novo segmento de negócio.

Qual é a meta do PanAmericano para 2016, digamos?
O objetivo é sempre estar entre os cinco maiores.


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