São Paulo, quarta-feira, 02 de março de 2011

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Redes de livrarias anunciam expansão

Livraria Cultura chega ao Rio, Nobel pretende abrir mais 22 pontos, e Saraiva, 4; teatro e leituras atraem cliente

Empresas dizem que renda em alta beneficia avanço; associação aponta Estados com menos de 30 livrarias


VERENA FORNETTI
DE SÃO PAULO

Grandes redes de livrarias aceleraram a inauguração de lojas físicas no ano passado e têm projetos de abrir mais unidades neste ano.
Até dezembro, a Nobel deve abrir cerca de 22 unidades, e a Saraiva, quatro. Em 2010, a Saraiva havia inaugurado dez filiais -em cidades como Belém, Uberlândia, João Pessoa, São José dos Campos e Cotia. Livraria Cultura, Livraria da Vila e Laselva também devem abrir unidades.
Os shoppings são o principal destino das expansões. De acordo com a ANL (Associação Nacional de Livrarias), com o avanço da renda da população, ganharam fôlego a construção e a ampliação de centros comerciais.
Segundo a entidade, a livraria é percebida como polo de atração. "A livraria tem se consolidado não só como lugar de compra e venda mas como um ponto cultural", diz Edilson Xavier, vice-presidente da associação do setor.
Samuel Seibel, dono da Livraria da Vila, afirma que replica no shopping a estratégia que mantém nas lojas de ruas, com a promoção de eventos culturais, como peças de teatro e leituras.
Ele diz que já recebeu propostas de diversos centros de compra, mas, por ora, só confirma a abertura de filial no shopping Pátio Higienópolis, em São Paulo, até julho.
"O que está acontecendo é um grande crescimento da economia, do setor imobiliário e do varejo. O shopping é a resposta mais óbvia para tudo isso", diz Seibel. "Sempre existiram livrarias nos shoppings, mas antes as lojas eram mais tímidas."
A Livraria Cultura já tem projeto para duas novas unidades no Rio de Janeiro até o final do ano. Somadas, as duas unidades -uma no shopping Fashion Mall, em São Conrado, e outra no centro da cidade- terão aproximadamente 4.000 m2.
A empresa deve abrir uma terceira nova unidade até dezembro, ainda sem local definido. "Eu vejo um cenário muito bom nos próximos dez anos", diz Pedro Herz, diretor-geral da Livraria Cultura.
Na rede, os livros representam 80% da receita. Herz destaca que, com o aumento no número de universitários e a pressão para qualificação no mercado de trabalho, há espaço para o setor avançar.

POTENCIAL
A Laselva, que se concentra em aeroportos, tem planos de diversificar a atuação para além desses espaços.
No ano passado, inaugurou "loja conceito" no shopping Conjunto Nacional, em Brasília. Já inaugurou em Maceió e deve abrir na Vila Olímpia, em São Paulo.
A livraria Nobel, em 2010, abriu três unidades em shoppings no subúrbio carioca. No ano passado, a rede aumentou em cerca de 10% o número de unidades -ao todo, são 220 livrarias no país.
Sérgio Milano Benclowicz, diretor da rede Nobel, afirma que o modelo da empresa, que concede franquias também para lojas pequenas e diversifica o negócio, com venda de outros itens, facilita a ida para cidades menores e para bairros afastados.
Benclowicz diz que, ainda que as vendas digitais de livros ganhem força, há muito espaço para o crescimento das livrarias em lojas físicas.
Dados da ANL referentes a 2009 apontam que existe uma livraria para cada 64 mil brasileiros e que Estados como Amapá e Rondônia têm menos de 30 livrarias.


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