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Copa 2010 vê queda em viagens de incentivo
Caiu número de brasileiros enviados a evento com gasto bancado por empresas
À África foram cerca de 5.000 brasileiros em "viagem motivacional'; à Copa da Alemanha viajaram 6.000 turistas
FILIPE MOTTA
GRAZIELLE SCHNEIDER
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Na Copa da África do Sul, a
operadora de viagem credenciada pela Fifa no Brasil enviou ao evento cerca de 5.000
brasileiros para fazer turismo
com despesas bancadas por
85 grandes empresas. Apesar
de o número ser maior que as
3.500 pessoas esperadas, é
40% menor do que em 1998.
O segmento de viagens de
incentivo amarga três Mundiais seguidos em queda,
mas tem expectativas positivas para 2014, com a realização da Copa no Brasil.
Nesse tipo de promoção,
conhecida também como
viagem motivacional, as empresas levam clientes, empregados e parceiros para assistir às partidas e conhecer o
país-sede do evento.
A previsão de crescimento
é da Ampro (Associação Brasileira de Marketing Promocional). Mas o diretor do Comitê de Operadoras de Viagens de Incentivo da entidade, Imbrahim Tahtouh, prefere não arriscar números.
Tahtouh afirma que a
maior parte dos convidados
das companhias no torneio
do Brasil devem ser os próprios brasileiros, já que representam uma média de
40% desse público nas Copas desde 1978.
Se as promoções retomarem o fôlego na Copa de 2014,
sairão ganhando as cidades-sede do Mundial. Tahtouh
diz que as despesas de um turista convidado de uma empresa podem equivaler até às
de 20 turistas comuns.
ALTOS E BAIXOS
Desde o torneio da França,
em 1998, o interesse dos empresários nesse tipo de promoção caiu. Naquele ano,
com a seleção brasileira na final, a demanda por ingressos
foi tão grande que muitos
"enviados" das companhias
ficaram de fora da partida.
Para José Estevão Cocco,
presidente da Associação
Brasileira de Marketing Esportivo, em 2010 o problema
está relacionado à imagem
de insegurança e à falta de
hotéis da África do Sul. Sua
empresa, a J.Cocco, que chegou a levar mais de cem pessoas por um cliente em 2006,
não foi sequer consultada
para o serviço neste ano.
O resultado sul-africano,
no entanto, é melhor do que
o da Copa da Coreia/Japão. A
divisão do torneio entre dois
países e a distância do Brasil
fizeram com que a agência
oficial da Fifa só enviasse
cerca de mil pessoas para o
evento em 2002.
O mundial da Alemanha,
em 2006, teve o melhor desempenho das últimas edições: 6.000 brasileiros voaram ao país em turismo de incentivo. Mas representantes
do setor lembram que, no caso dos eventos europeus, um
apelo é a possibilidade de fazer turismo em países vizinhos à sede da competição.
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