São Paulo, sábado, 02 de julho de 2011

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Só 13% dos fornecedores preveem benefício

CIRILO JUNIOR
PEDRO SOARES
DO RIO

Apenas 12,6% das empresas que fornecem às grandes redes de varejo do país afirmam que serão beneficiadas caso a fusão entre Pão de Açúcar e Carrefour se concretize, segundo pesquisa realizada pela Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro).
Foram entrevistadas 196 empresas no país de ramos que suprem o varejo, como alimentos, bebidas, utilidades domésticas, higiene, limpeza, embalagens, brinquedos e eletroeletrônicos.
Das companhias pesquisadas, 57,7% afirmam que não serão afetadas pela transação entre as varejistas brasileira e francesa. Outras 29,6% disseram que o impacto da fusão será positivo para seus negócios.
Para o presidente da Firjan, Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira, a fusão pode ser "um horror" para o setor fabril e tende a gerar desemprego, ao "estrangular" o canal de distribuição e diante do "poder" que a empresa terá com os produtores.
A fusão conta com a simpatia do governo. A ideia é que a BNDESPar, braço de participações em empresas do banco estatal, entre como acionista do Novo Pão de Açúcar, após injeção de capital de R$ 3,9 bilhões.
"Espero que o governo repense. É impossível concordar. O interesse da sociedade, do consumidor, do produtor, de todos, é inverso. Inclusive essa questão de internacionalização, não vi nada. Por que uma empresa que não exporta hoje vai exportar depois? A troco de quê?", questionou Gouvêa Vieira.
Para ele, a "tese" do governo, de apoiar a criação de uma empresa nacional forte, não se sustenta. Gouvêa Vieira disse que já expôs a pesquisa ao ministro Carlos Lupi (Trabalho) e ao presidente do BNDES, Luciano Coutinho.
O levantamento ainda questiona se recentes fusões e aquisições do varejo afetaram os negócios da cadeia de suprimento. Nesse caso, 52,6% das indústrias fornecedoras não foram afetadas, 29,6% foram afetadas negativamente e 17,3% das empresas tiveram impacto positivo.


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