São Paulo, terça-feira, 02 de agosto de 2011

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MEMÓRIA

Câmbio quase quebrou exportadores

DE SÃO PAULO

A disparada do dólar no final de 2008 quase quebrou empresas exportadoras como Sadia e Aracruz.
Com receita abundante em dólares, essas empresas se tornaram "fornecedoras" de moeda americana no Brasil, oferecendo taxas baixas compatíveis com o cenário benigno da época.
A situação, porém, fugiu ao controle após a quebra do banco Lehman Brothers, quando a moeda americana avançou 18% em 15 dias.
A Sadia anunciou prejuízo recorde de R$ 2,5 bilhões devido às perdas iniciais de R$ 760 milhões com derivativos cambiais, que depois chegaram a R$ 2,6 bilhões no auge da crise.
A empresa se fundiu com a Perdigão, formando a BRF.
Já a Aracruz perdeu R$ 4,6 bilhões também com operações de derivativo cambial e teve de ser socorrida com apoio do BNDES.
O prejuízo acelerou o processo de fusão da Aracruz com a concorrente VCP, originando a Fibria.
A Aracruz teve prejuízo de R$ 2,981 bilhões no trimestre final de 2008.
À época, a Embraer e a Braskem também divulgaram perdas com a alta do dólar.

RESPONSABILIDADE
Em todos os casos, as operações de proteção cambial estavam de acordo com as políticas de risco e passaram pelo crivo dos gestores.
Por conta do prejuízo bilionário, a Sadia abriu uma ação de responsabilidade civil contra o ex-diretor financeiro Adriano Ferreira para que ele ressarcisse as perdas à companhia.
O executivo acabou sendo absolvido pela Justiça, que considerou a parcela de responsabilidade da empresa no caso.
"Foi dado um recado claro nesse episódio. A empresa tem responsabilidade e precisa organizar comitês financeiros que funcionem de verdade", disse Otavio Yazbek, diretor da Comissão de Valores Mobiliários.


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