São Paulo, sexta-feira, 03 de junho de 2011

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Aporte em saneamento cai no país, diz indústria

Vendas do segmento caíram 26% até abril

AGNALDO BRITO
DE SÃO PAULO

Os investimentos em saneamento básico no Brasil estão recuando, revela levantamento da Associação Brasileira dos Fabricantes de Materiais para Saneamento.
As vendas do setor recuaram 26,03% no primeiro quadrimestre de 2011 em relação ao mesmo período do ano passado, segundo o índice que monitora a receita da indústria.
O resultado é preocupante, sobretudo quando o Brasil tem a missão de dobrar o atual patamar de investimento a fim de alcançar a universalização do serviço de distribuição de água, afastamento e tratamento de esgoto até 2030.
"Em 20 anos, o Brasil precisa investir em média R$ 16 bilhões anuais para cumprir a meta, o dobro do que conseguiu nos últimos dois anos. Portanto, é preocupante a indicação de que as vendas de material para saneamento caíram", disse Carlos Alberto Rosito, vice-presidente da associação.
Segundo ele, a principal razão para isso está na lentidão dos poderes públicos locais em elaborar projetos de saneamento básico. A associação considera que qualquer recuperação das vendas em 2011 não será suficiente para levar o país a investir os R$ 8 bilhões que conseguiu nos dois últimos anos.

CONTESTAÇÃO
O Ministério das Cidades refutou a conclusão da associação. Em nota, disse que o faturamento da indústria não é o único indicador a ser observado para avaliar o desempenho do setor de saneamento.
O governo acha que a avaliação deve considerar os dados agregados, o que inclui mão de obra e equipamentos usados na execução dos empreendimentos.
O Ministério informou que os aportes previstos no PAC 2 são maiores do que aqueles anunciados no PAC 1. De R$ 40 bilhões passaram para R$ 45 bilhões.
O conflito estatístico é típico do setor de saneamento, mas o indicador da indústria serve de alerta. Os dados oficiais sobre o setor são muito defasados. Hoje, o governo está terminando de tabular as informações de 2009.


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