São Paulo, sexta-feira, 03 de junho de 2011

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VAIVÉM

MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@uol.com.br

Produtor de leite fica "maior" e produz mais

Os produtores de leite estão se tornando "maiores" e buscando cada vez mais a qualidade do produto. Esse enquadramento é necessário porque os laticínios exigem cada vez mais volume e qualidade do produto.
Há 15 anos, 5,3% das propriedades de leite do país eram médias e grandes, representando 46% da produção total.
Em 2009, esses produtores somavam 12% das propriedades, com participação de 81% no total de leite produzido. Em números, os produtores médios e grandes subiram de 97 mil, há 15 anos, para 142 mil, em 2009.
As conclusões são da Leite Brasil (Associação Brasileira dos Produtores de Leite), com base em estudo da Embrapa Gado de Leite.
O cenário dos últimos anos mostrou que "é possível [o país] produzir o leite que quiser", segundo Jorge Rubez, presidente da Leite Brasil.
O fortalecimento dos produtores é importante porque eles conseguem concentrar qualidade no leite e renda.
Os programas de valorização da qualidade do leite vêm aumentando e os produtores adotam mais tecnologia na produção.
Com isso, obtêm uma contagem de micro-organismos semelhante à da União Europeia. Além disso, o leite desses produtores registra menor contagem bacteriana em relação ao comprado por empresas que não adotam programas de qualidade.
O Brasil produz 30 bilhões de litros de leite por ano e consome volume semelhante. Isso indica que todo o aumento de produção e de qualidade vai beneficiar o consumidor interno.
O mercado externo ainda está distante, na avaliação de Rubez. Não só pela demanda interna, que consome toda a produção nacional, mas também pelos subsídios dados aos produtores em outros países produtores.
A capacidade de produção deles, no entanto, está esgotada e, quando precisarem de leite, vão retirar o subsídio da produção, dando espaço ao Brasil, diz ele.

Falta pouco Pelo menos 90% da proposta do Código Florestal Brasileiro aprovado pela Câmara deverá ser aceita pelo Senado. Os outros 2% que serão modificados não terão espaço para grandes mudanças. A avaliação é do deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP), relator do projeto.

Áreas permanentes Rebelo, que participou ontem de um debate com produtores do oeste da Bahia, diz que o ponto polêmico são as APPS (Áreas de Prevenção Permanente), que considera a ocupação de beira de rios, encostas e topo de morros.

Mata ciliar Para o deputado, as discussões maiores serão a respeito da ocupação das áreas de beira de rios. As decisões sobre encostas e topo de morros já são aceitas também pelo governo.

Sem veto O relator do Código Florestal não acredita em veto de Dilma. O deputado esteve ontem na Farm Show, feira realizada pela Aiba (Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia). Transparência Eduardo Salles, secretário de Agricultura da Bahia, diz que a aprovação do código traz regras claras para o setor e elimina a insegurança jurídica. Ele afirma, no entanto, que "houve erros, e o que precisar será corrigido".

Ajuste estadual É necessária uma orientação federal para o Código Florestal. Mas os Estados também deverão legislar levando em consideração as especificidades de cada região do seu território, segundo Eugênio Spengler, secretário do Meio Ambiente da Bahia.

Planejamento Spengler afirma, no entanto, que o Estado terá de ter capacidade para preparar medidas efetivas, de forma que o cidadão já conheça de antemão a terra que está comprando e as exigências da lei.

Ganhos O mercado externo de commodities agrícolas fechou o dia em alta, ontem. Na Bolsa de Nova York, o açúcar liderou o mercado, com alta de 4,7%.

Com TATIANA FREITAS e KARLA DOMINGUES


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