São Paulo, sexta-feira, 03 de junho de 2011

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Greve na Volks do Paraná completa 1 mês

Cerca de 17 mil veículos já deixaram de ser produzidos; empresa deve perder participação para a concorrência

Impasse está no valor da participação nos lucros: trabalhadores querem R$ 6.000, mas a Volks oferece R$ 4.600

ESTELITA HASS CARAZZAI
DE CURITIBA

Completa hoje um mês a greve na unidade da Volkswagen no Paraná, que já é a mais longa da história entre as montadoras do Estado.
A paralisação, motivada por reajuste na PLR (Participação nos Lucros e Resultados), tem preocupado as concessionárias da rede pela possível falta de veículos.
Cerca de 800 carros deixam de ser produzidos por dia, no total de cerca de 17 mil veículos até agora.
Economistas afirmam que a greve pode comprometer os resultados da Volks no período e acarretar perda de mercado para a concorrência.
Procurada, a direção da montadora não respondeu ao pedido de entrevista até o fechamento desta edição.
A unidade paranaense é a única no Brasil que produz o Fox, o segundo carro mais vendido da Volks, além do CrossFox e do Golf. Segundo a Associação Brasileira de Distribuidores Volks, que detém os números nacionais, ainda há estoque para dez dias de vendas desses modelos, mas, em alguns Estados, já começam a faltar carros.
"O estoque está péssimo. Fechamos o mês de maio sem ter o produto", afirma Hugo Pinto Ribeiro, presidente da Fenabrave-RS (associação dos revendedores) e dono de uma concessionária da Volks em Porto Alegre.
Segundo ele, a pior situação é a do Fox, que tem bastante procura. Do dia 25 de maio para cá, já tem sido necessário colocar o cliente numa lista de espera.

INTRANSIGÊNCIAS
A greve tem sido marcada por fortes desavenças entre o sindicato dos metalúrgicos e a Volks, que se mantêm irredutíveis em suas exigências.
Para o sindicato, a Volks é o "patinho feio" das negociações trabalhistas no Paraná e está fazendo jogo político ao não dar o aumento. Para a Volks, o reajuste pedido pelo sindicato prejudicaria a "sustentabilidade" do negócio.
O impasse foi encaminhado à Justiça do Trabalho, mas o processo sobre a PLR só deve entrar na pauta de julgamentos no dia 20.
Para a greve acabar antes disso, só se Volks e sindicato chegarem, finalmente, a um acordo. Os trabalhadores querem R$ 6.000 de participação nos lucros, mas a montadora oferece R$ 4.600.


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