São Paulo, domingo, 03 de julho de 2011

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Países facilitam a entrada de trabalhador qualificado

DE SÃO PAULO

A combinação de recuperação econômica lenta em alguns países e baixas taxas de natalidade em outros faz o mundo rico adotar políticas opostas em relação à migração de trabalhadores altamente qualificados.
Alguns, como Alemanha e Suécia, aprovam ou discutem a facilitação. Outros, como Reino Unido e Cingapura, querem elevar barreiras.
"Há um movimento para ajustar a imigração de forma mais rápida às necessidades econômicas dos países", afirma Madeleine Sumption, especialista do Instituto de Políticas Migratórias (MPI), think-tank de Washington.
Como consequência direta do envelhecimento da população, o governo alemão estima que em 15 anos o país perderá 6,5 milhões de trabalhadores, dos quais 80% têm ao menos nível superior. Mas, hoje, um terço das empresas já reclama de deficit.
Além de investir em formação local, o governo quer encampar medidas para facilitar a entrada de estrangeiros com alta qualificação.
"No momento, uma discussão é sobre a chamada "Positivliste", que menciona os profissionais que são urgentemente necessários, como físicos e engenheiros. Não será mais investigado se um alemão poderia fazer esse trabalho. Eles poderiam simplesmente vir", diz Christina Wendt, porta-voz do Ministério do Trabalho alemão.
Segundo Sumption, esse sistema também está sendo adotado pela Áustria e foi aprovado pela Dinamarca em 2007. Sem tradição migratória, em 2008 a Suécia também passou a flexibilizar as regras para imigrantes de fora da União Europeia.
Nos EUA, companhias como Intel e Microsoft fazem lobby para facilitar autorizações para cientistas, engenheiros e empreendedores.

CONTRÁRIOS
Em muitos casos, os países que endurecem as regras viveram um rápido crescimento migratório na última década e enfrentam agora muita competição no mercado de trabalho, exacerbada pela crise econômica. A ideia é selecionar de forma mais precisa o estrangeiro qualificado.
No Reino Unido, o governo, sob críticas de setores industriais, quer cotas e outras limitações inclusive para estrangeiros qualificados.
Em Cingapura, onde mais de 1/3 da população é de imigrantes, sindicatos também pressionam por cotas.
(NATÁLIA PAIVA)


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