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Jornais para jovens são sucesso na França
Títulos para pessoas de 6 a 18 anos mantêm circulação, apostando em temas como ecologia e entretenimento
Jornais para jovens não são vendidos em banca, e a assinatura de segunda a sábado custa cerca de R$ 20 por mês
VAGUINALDO MARINHEIRO
DE LONDRES
Uma editora na França
tem conseguido provar que
pode estar bem errada a máxima de que crianças e adolescentes não gostam de ler
notícias em jornal impresso.
Com três títulos voltados
para pessoas de 6 a 18 anos, a
La Play Bac não enfrenta crise. Enquanto os jornalões
franceses perdem leitores,
ela mantém 150 mil assinantes em todo o país. Número
que permanece estável há
cinco anos.
Como comparação, é metade do que vende o "Monde" hoje. Mas o "Monde" perdeu cerca de 20% da circulação nos últimos cinco anos.
Qual o segredo? "Fazemos
jornais que não são chatos.
Que levam às crianças e aos
adolescentes o que eles querem ler e com uma apresentação colorida e atraente", afirma François Dufour, 42, um
dos donos da editora e editor-chefe dos jornais.
"Le Petit Quotidien" (pequeno diário), "Mon Quotidien" (meu diário) e "L'actu"
(últimas notícias) são jornais
compactos (quatro páginas o
primeiro, oito os outros dois),
com gráficos coloridos, fotos
grandes e textos pequenos.
No cardápio de assuntos,
muita ecologia, curiosidades
históricas, entretenimento e
atualidades.
Na última quinta-feira, o
"Le Petit Quotidien", voltado
para crianças de até dez
anos, trazia na capa a história de um animal que se pensava extinto e que foi fotografado no Sri Lanka. Dentro,
uma arte multicolorida com
tudo sobre o bicho.
No "Mon Quotidien", para
crianças e adolescentes entre
10 e 14 anos, o assunto principal era o projeto de uma
agência britânica para criar
um hotel de luxo nas alturas,
dentro de um dirigível. Na
página dois, uma arte com
tudo sobre os dirigíveis.
"L'actu", cujo público-alvo tem de 14 a 18 anos, falava
não só de ganhadores de loterias, mas também do vazamento de documentos sobre
a guerra no Afeganistão. Na
contracapa, uma entrevista
com a atriz Cameron Diaz.
Dufour afirma que são os
próprios jovens que escolhem os assuntos.
Todos os dias são levados
à Redação dois meninos e
duas meninas que funcionam como redatores-chefes
convidados. Os jornalistas
propõem as pautas, eles decidem o que será publicado.
São também os leitores
que escrevem as críticas de
jogos e livros.
INÍCIO
A história dos três jornais
começa em 1995. Dufour e
dois amigos pensaram que
seria um bom negócio fazer
jornais que fossem vistos pelos pais como parte do processo educativo dos filhos.
Na época, eles já eram donos de uma editora de livros e
jogos infantojuvenis.
Os jornais não são vendidos em banca, é preciso ser
assinante para recebê-los em
casa, de segunda a sábado.
A assinatura custa 9 por
mês, pouco mais de R$ 20.
Durante todo o mês de setembro, início do ano letivo
na França, são distribuídos
jornais nas escolas do país.
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