São Paulo, sábado, 03 de setembro de 2011

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VAIVÉM

MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@uol.com.br

Álcool deixa de ser competitivo em São Paulo

Desta vez o álcool não esperou a entressafra para perder competitividade em relação à gasolina. Em plena safra, o valor do combustível derivado de cana já chega a 71% do preço da gasolina na cidade de São Paulo.
Ao atingir 70%, o álcool deixa de ser competitivo devido ao menor rendimento.
A partir de agora, é mais vantajoso para o consumidor paulistano abastecer seu veículo com gasolina. Esse cenário de preços, bem antes da entressafra, onera o bolso do consumidor -devido à alta de preços- e o caixa da Petrobras, que deverá importar mais gasolina.
A constatação da desvantagem do álcool em relação à gasolina é apontada por pesquisa semanal da Folha em postos de todas as regiões da cidade de São Paulo.
Respondendo à alta do preço nas usinas, os postos de gasolina elevaram o preço do álcool para R$ 1,933 por litro, em média, nesta semana. O valor médio da gasolina, apontado pela pesquisa, é de R$ 2,731.
A partir de agora, o consumidor deverá ficar atento aos preços, já que em vários postos da cidade de São Paulo o litro de álcool está sendo negociado a R$ 2, com desvantagem ainda maior em relação à gasolina.
A perda de vantagem do álcool, mais cedo do que nos anos anteriores, já era esperada, mas não para o início deste mês. No ano passado, o etanol deixou de ser competitivo em meados de dezembro.
A elevação dos preços do álcool hidratado ocorre porque a produção deste ano é 30% menor do que a da safra anterior. As condições climáticas afetaram o desenvolvimento da cana-de-açúcar e as usinas têm menos matéria-prima para moer.
Além disso, as usinas aceleraram as exportações de álcool, que atingiram 298 milhões de litros no mês passado -o maior volume nos últimos 22 meses.
Esse cenário elevou os preços internos do combustível que, nas últimas quatro semanas, atingiu R$ 1,89 por litro nos postos da cidade de São Paulo, 27% mais do que em igual período do ano anterior.

Retomada Após queda de 3,6% na safra 2010/11, a industrialização mundial de algodão volta a subir. O desempenho das indústrias ainda é tímido, mas o consumo mundial deverá atingir 24,7 milhões de toneladas em 2011/12.

Quanto sobe Os dados são do Icac (comitê internacional do algodão), que estima o aumento de consumo em 1,5%. Essa evolução só não é maior porque os preços do algodão continuam elevados. China, Índia e Paquistão vão liderar o aumento do consumo.

Produção A oferta mundial de algodão sobe devido à produção de 26,9 milhões de toneladas na safra 2011/12, com evolução de 8% em relação à anterior.

Onde cresce Esse aumento de produção ocorre devido ao melhor desempenho das lavouras da China, do Paquistão, da Austrália e da Turquia. O Brasil será um dos países a comandar a maior oferta mundial.

Café As exportações de agosto somaram 2,6 milhões de sacas, o maior volume mensal do ano, segundo a Secex (Secretaria de Comércio Exterior). Até agosto, o Brasil colocou 18,9 milhões de sacas no mercado externo.

Receitas As exportações de café renderam o recorde de US$ 723 milhões no mês passado, acumulando US$ 4,8 bilhões neste ano.

DE OLHO NO PREÇO
COTAÇÕES


Nova York
Açúcar

(cent. de US$)* 29,18
Algodão
(cent. de US$) 106,59
*por libra-peso

Mercado interno
Boi

(R$ por arroba) 97,50
Suíno
(R$ por arroba) 43,10

Com KARLA DOMINGUES


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