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Lei sobre segurança de brinquedos gera protestos nos EUA
Nova regra impõe testes de certificação mais rigorosos e redução no teor de chumbo aceito nos produtos
Fabricantes pedem que fantasias e conjuntos de ciências não sejam classificados como produtos infantis
ANDREW MARTIN
DO "NEW YORK TIMES"
Uma bola de futebol é produto dirigido primordialmente a crianças? E quanto a
uma fantasia de Halloween ou um trem de brinquedo?
Novas medidas de repressão a brinquedos perigosos
levaram os fabricantes dos EUA a responder "não" para todas as categorias acima.
A Comissão de Segurança
de Bens de Consumo vem recebendo um grande número
de pedidos de isenção de
brinquedos aos novos regulamentos, adotados depois
dos recalls realizados nos últimos anos no país.
Depois de um influxo de
trens de brinquedo, bijuterias e outros produtos contaminados importados da China, em 2007, que fez 45 milhões de brinquedos e outros
produtos infantis serem recolhidos, foi criada uma lei de
segurança dos bens de consumo, aprovada em 2008.
Entre os regulamentos
adotados, estão testes de segurança mais rigorosos,
prestação de informações
adicionais e redução na
quantidade de chumbo que os brinquedos podem conter.
A norma atribuiu à comissão o papel de definir o que é
"produto infantil" e fiscalizar a implementação dessas definições. Mas chegar à definição foi tão difícil que a comissão adiou três votações.
Na quarta-feira passada,
os comissários aprovaram
por três votos a dois a "regra
interpretativa final" sobre o
que é um produto infantil. A
regra oferece orientações para a aplicação da lei de 2008.
Por exemplo: enquanto
trens de brinquedo, mais
consumidos por colecionadores adultos, ficam liberados de certos testes, conjuntos de ciências, não.
Assim, um desses conjuntos deverá ou não ser testado
se as autoridades julgarem
que deve, baseando-se em
quão "infantil" é a embalagem, se é destinado à venda
em lojas de brinquedos e se o
fabricante declara o produto
como indicado para crianças com 12 anos ou menos.
CONTESTAÇÃO
Os críticos da repressão argumentam que ela acarreta
custos adicionais para pequenas empresas que não foram responsáveis pelos brinquedos contaminados, muitos deles feitos na China por
companhias de grande porte.
Por isso, alguns fabricantes não querem mais que
seus produtos sejam classificados como brinquedos.
A Associação da Indústria
do Halloween, por exemplo,
insiste em que fantasias não
se enquadram na definição
porque adultos também se vestem de super-herói.
Para a Aliança dos Brinquedos Artesanais, instrumentos e ferramentas em tamanho infantil deveriam ser
isentos, pois em geral adultos supervisionam o uso.
Os críticos apontam cláusulas que definem como ridículas. Por exemplo, um clipe
de papel incluído num kit de
ciências para crianças teria
de passar por teste para determinar se contém chumbo.
Mas um professor poderia
ir a qualquer papelaria e adquirir clipes para o mesmo
uso, que não estariam sujeitos a testes semelhantes.
Da mesma forma, uma luminária decorada com personagens de animação teria de
ser testada, mas outras luminárias não precisariam.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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