São Paulo, segunda-feira, 03 de outubro de 2011

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Inflação ameaça retorno de renda fixa

Como há risco de alta de preços superar meta em 2011, investidor procura se proteger contra perda no futuro

Quem buscar proteção agora pagará caro, mas terá a garantia de retorno real se inflação persistir em 2012/13

TONI SCIARRETTA
DE SÃO PAULO

Com previsão do mercado de inflação oficial medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) em 6,52% em 2011, a maioria dos investimentos em renda fixa corre sério risco de terminar este ano com rendimento real negativo ou praticamente zero.
Se confirmada a previsão do mercado, será a primeira vez desde 2003 que o IPCA romperá o teto da meta estabelecida pelo governo, obrigando o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, a cumprir o ritual de explicar publicamente as razões desse fracasso.
O IPCA-15 de setembro, que funciona como uma prévia do IPCA cheio, já está em 7,3% em 12 meses.
E não há muito o que fazer para conseguir uma proteção de última hora contra o aumento de preços, segundo especialistas. A proteção contra inflação, normalmente feita através de fundos de investimento e títulos do Tesouro Direto que rendem o IPCA mais juros, só funciona para quem "comprou" o seguro com certa antecedência (normalmente, quando a inflação não preocupa).
Quem procurar proteção agora "entrará na alta", pagará caro pelos papéis e fundos e terá proteção mínima em curto prazo. Mas terá garantia de retorno real se a inflação persistir em 2012, 2013 em diante -não são poucos os analistas que veem anos de taxas firmes pela frente. Para 2012, a expectativa do mercado já é de IPCA em 5,52%.
A boa notícia é que é possível recuperar o atraso (ou as perdas). Existem diversas estratégias e opções de investimento para quem não quer apanhar sempre da inflação.
Especializada no tema, a gestora Icatu tem fundos de investimento diferentes com foco para curto e longo prazo.

RISCOS
A maioria dos bancos trabalha com fundos que misturam proteção de longo com curto prazo. Se, por um lado, garantem um remédio geral para o mal, por outro não atacam a doença com a dose certa da medicação.
Bernardo Schneider, gestor de renda fixa da Icatu, diz que "quem procura proteção entre 2012 e 2014 deve aderir a fundos ou comprar papéis com foco no curto prazo".
A vantagem é conseguir proteção rápida e com baixo risco. As contraindicações são duas: se a inflação perdurar, o investidor comprará proteção mais cara depois; se o BC for obrigado a subir os juros com rapidez, o rendimento também desacelerará e poderá ficar negativo.
Quem busca proteção de longo prazo pode aderir a fundos ou a títulos que vão até 2045. Como o prazo é enorme, é altíssimo o risco de enfrentar sucessivas valorizações e desvalorizações, dependendo do cenário para a inflação.


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