São Paulo, quinta-feira, 03 de novembro de 2011 |
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ENTREVISTA DANIEL ISENBERG Apoio a empresas não pode vir só do governo PROFESSOR AMERICANO DEFENDE CULTURA EMPRESARIAL GLOBAL CAMILA FUSCO DE SÃO PAULO A cultura empreendedora de um país é fruto não apenas de iniciativas governamentais de apoio mas da articulação de seis elementos, que vão de mão de obra preparada para o "cultivo" de novas empresas até a disponibilidade de capital. Essa é a tese do professor americano Daniel Isenberg, líder de projetos de empreendedorismo da universidade Babson College e que participa do seminário "Brazil in 2022", evento da revista "The Economist" que ocorre de hoje a amanhã em São Paulo. Para Isenberg, embora a lei trabalhista seja fundamental para encorajar a abertura de empresas, ela não deve ser encarada como fator inicial determinante para apoiar o empreendedorismo. À Folha Isenberg falou sobre formas de apoiar a cultura das empresas iniciantes ("startups"). Elementos de incentivo Seis são os fatores fundamentais para impulsionar o empreendedorismo. Cultura, política e disponibilidade de capital são alguns deles. Outros incluem mecanismos de fomento, como organizações não governamentais, capital humano e acesso a mercados, para que as empresas desenvolvam seus negócios. Só com a articulação complexa desses fatores que o ecossistema pode ser bem-feito. Participação da sociedade Setor privado, empresas multinacionais, líderes políticos e até religiosos podem ajudar a criar uma cultura empreendedora. No entanto, em países grandes como o Brasil, é necessário que a articulação seja regional para funcionar. Legislação As inflexibilidades trabalhistas podem causar dano ao empreendedorismo. Incentivos à contratação e substituição de mão de obra são o oxigênio das "startups". A reforma na lei trabalhista é algo que precisa acontecer em nível federal para incentivar as novas empresas. Acesso a capital A dificuldade de acesso a capital iniciante é algo que acontece em qualquer lugar do mundo e que o novato precisa ter em mente. Mesmo em Boston, centro dos fundos de apoio a iniciantes ("venture capital"), empresários apontam o capital iniciante como o mais difícil de acessar. Educação Empreendedorismo pode ser aprendido na universidade, mas não só nesses lugares. Você não pode ensinar alguém a ser empreendedor sem que essa pessoa queira. Você pode estimular essas pessoas ao mostrar exemplos de empreendedores, mas o desejo de empreender é o mais importante. Ambientes apropriados Vimos isso acontecer em países como Inglaterra, Irlanda, Israel, Dinamarca e Hong Kong. A cultura veio com a articulação entre as partes e se desenvolveu com o tempo. Empreendedorismo global Não vejo diferença entre mercados emergentes e desenvolvidos nesse tema. Há potencial empreendedor em todos os lugares do mundo. Isso não é diferente de música, arte ou poesia, mas pode ser expressado de formas diferentes. Texto Anterior: Vinicius Torres Freire: Brasil anda e fica no mesmo lugar Próximo Texto: Raio-X: Daniel Isenberg Índice | Comunicar Erros |
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