São Paulo, quarta-feira, 04 de maio de 2011

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ANÁLISE

Casos recentes de violação de privacidade servem de alerta

DO "FINANCIAL TIMES"

Até que ponto a internet é segura? Talvez menos do que alguns dos consumidores mais crédulos imaginam.
Duas recentes violações de privacidade envolvendo companhias mundialmente conhecidas deveriam levar os usuários a refletir.
Elas servem como lembrete de que o voraz apetite das companhias de internet por dados nem sempre vem acompanhado da capacidade requerida para manter esses dados seguros.
A decisão da Apple de incorporar software de rastreamento de localização ao iPhone sem informar os usuários a respeito serve como exemplo. Os dados auxiliavam a empresa a direcionar publicidade por meio de seus aparelhos. Mas a Apple não solicitou consentimento direto dos usuários. E, tendo obtido os dados, não os armazenou de maneira segura.

PLAYSTATION
Preocupante de outra maneira foi a invasão de hackers ao sistema de jogos on-line da Sony, que pode ter comprometido dados pessoais de 100 milhões de usuários.
Os consumidores pouco hesitam para revelar grande volume de informações pessoais. No entanto, os esforços de proteção a esses dados não cresceram de maneira compatível. As pessoas muitas vezes usam a mesma senha para muitas contas.
Os consumidores não protegem suas identidades on-line, e as empresas têm forte incentivo comercial para recolher o máximo possível de informações.
O advento das redes sociais tornou essa tendência ainda mais preocupante. As companhias querem encorajar usuários a compartilhar informações, e por isso o esquema de proteção de dados não é muito propício em termos de privacidade. Isso cria vulnerabilidades.
As companhias têm interesse em tratar com seriedade a segurança. Os efeitos de uma violação de privacidade sobre a reputação de uma companhia podem ser severos, como a Sony descobriu.
Mas também existe interesse público em jogo, dada a extensão da troca de informações e das transações conduzidas nas redes sociais.
É preciso que existam regras mais claras quanto à propriedade dessas informações. O mais importante é que precisa ser mais fácil para os usuários remover essas informações da internet.
Não há nada de errado em que usuários troquem informações pessoais por serviços, mas eles precisam saber que é isso que estão fazendo e compreender as consequências caso algo de errado aconteça.

Tradução de PAULO MIGLIACCI


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