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Rio-2016 "redescobre" zona portuária
Em conjunto com projetos da Olimpíada, empresas terão incentivos fiscais para se instalar em área degradada
Investimentos previstos superam R$ 1 bilhão e incluem Vila de Mídia, Vila de Árbitros, prédios comerciais e museus
JANAINA LAGE
CIRILO JUNIOR
DO RIO
Após décadas de abandono e tentativas frustradas de
revitalização, começam a
sair do papel os projetos de
reforma da zona portuária do
Rio. Os investimentos previstos ultrapassam R$ 1 bilhão.
Planejam-se prédios comerciais, residenciais, espaços culturais e museus na região, que será um dos principais polos da Olimpíada de
2016. Lá serão construídas
partes da Vila de Mídia e da
Vila de Árbitros, com cerca
de 8.000 apartamentos.
Atraídas por incentivos fiscais, ao menos quatro construtoras já têm projetos de
prédios comerciais na região,
que somam investimentos de
mais de R$ 300 milhões.
Segundo o secretário de
Desenvolvimento do Rio, Felipe Góes, a prefeitura tem
conversado com BNDES e
Vale, entre outros, que teriam interesse em se instalar
na região. O banco e a empresa informam que ainda não
há decisão sobre o assunto.
Ali também será instalado
o AquaRio, projeto privado
de R$ 110 milhões para a
construção do maior aquário
da América Latina.
VANTAGENS
"Quem se instalar aqui nos
próximos três anos terá isenção de IPTU por dez anos e redução do ISS para serviços de
hotelaria, educação e entretenimento", disse Góes.
A prefeitura prevê investir
R$ 650 milhões em espaços
culturais, museus e em uma
universidade, segundo Góes.
A expectativa é que o número de projetos privados
aumente após o primeiro leilão de Cepacs (Certificados
de Potencial Adicional de
Construção), previsto para
setembro.
Cepacs são instrumentos
de captação de recursos para
financiar obras públicas, oferecidos pelo município e que
permitem aos investidores,
em situações específicas,
construir além dos limites
normais.
O alto preço dos aluguéis
comerciais no Rio aumenta o
interesse das construtoras. A
cidade lidera o ranking na
América Latina de preços de
aluguel de imóveis comerciais, segundo dados da consultoria CB Richard Ellis. No
mundo, aparece em 12º lugar. São Paulo está em 16º.
O porto tem cerca de 5 milhões de metros quadrados
de área com potencial de
construção.
"O Rio tem muitas áreas
tombadas e o que se faz no
centro é reforma de prédios
velhos", disse Henrique Peters, da Sandria Projetos e
Construções. A empresa vai
investir R$ 150 milhões em
um prédio na zona portuária.
Mesmo quem já ocupa a
região está investindo em
ampliação e modernização.
A Polícia Federal, por exemplo, reforma seu prédio. O
Banco Central lançou um
edital de licitação para a
construção de uma nova sede na área.
Para Marcos Saceanu, diretor de incorporação da
CHL, a tendência é que muitas empresas se mudem para
lá por conta da facilidade de
acesso. A construtora investe
R$ 100 milhões em um prédio comercial de 25 andares.
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