São Paulo, quinta-feira, 04 de novembro de 2010

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ANÁLISE AGRONEGÓCIO

Produção de leite deve observar boas práticas agropecuárias

MARCO AURÉLIO BERGAMASCHI
ESPECIAL PARA A FOLHA

A produção agropecuária deve ser feita de forma responsável, atendendo aos preceitos de sustentabilidade.
Devem ser alvo de atenção os fatores ambientais, sociais e econômicos, com rentabilidade financeira, preservação do ambiente e benefícios para os trabalhadores.
No caso do leite, uma das maneiras de atingir esses objetivos é a adoção das boas práticas agropecuárias (BPA), que constituem atividades, procedimentos e ações a serem implantadas na propriedade rural.
Muitas empresas processadoras de leite já utilizam as BPAs como critério para melhor remunerar o produtor.
A meta é um produto saudável, livre de resíduos como defensivos animais e vegetais e de microrganismos nocivos ao ser humano. A propriedade não pode oferecer nenhum risco ao ambiente, aos animais e ao homem.
As BPAs analisam a unidade produtiva em sua totalidade. Para implantar essas práticas, é feito um questionário para avaliar a organização da propriedade, com suas instalações, equipamentos, uso de animais, de mão de obra, assim como os procedimentos do dia a dia. Após a análise, são propostas ações corretivas, para certificação da propriedade.
As boas práticas orientam a produção de leite de qualidade, pelo estabelecimento de rotina correta de ordenha e da higienização adequada dos equipamentos. Isso é fundamental para o enquadramento na instrução normativa nº 51, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que tanto vem preocupando os produtores.
Com relação ao ambiente, as orientações envolvem cuidados e conservação de áreas de preservação permanente, como florestas, matas ciliares, nascentes, áreas em declive e em encostas, além da conservação do solo.
Outro ponto considerado é o gerenciamento eficiente, inclusive nos aspectos econômico-financeiros, de pessoal e de controles do desempenho zootécnico e sanitário. São estabelecidos procedimentos para anotações zootécnicas, econômicas e climáticas. Também são considerados os aspectos técnicos, como o manejo de animais, de ordenha, de pastagem, reprodutivo, do uso do solo, bem como da produção de alimento durante o ano. Os funcionários devem ser registrados e receber orientação de higiene e saúde, além de capacitação.
Também são necessários programas de prevenção e diagnóstico para os animais. Não menos importante é o bem-estar animal.
As instalações precisam ser organizadas e identificadas para evitar a contaminação dos animais e do leite. Os produtos químicos necessitam de armazenagem separada e os medicamentos e defensivos vegetais colocados em armários fechados.


MARCO AURÉLIO BERGAMASCHI é médico veterinário, doutor e supervisor do sistema de leite da Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos, São Paulo).


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