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ANÁLISE AGRONEGÓCIO
Produção de leite deve observar boas práticas agropecuárias
MARCO AURÉLIO BERGAMASCHI
ESPECIAL PARA A FOLHA
A produção agropecuária
deve ser feita de forma responsável, atendendo aos
preceitos de sustentabilidade.
Devem ser alvo de atenção
os fatores ambientais, sociais
e econômicos, com rentabilidade financeira, preservação
do ambiente e benefícios para os trabalhadores.
No caso do leite, uma das
maneiras de atingir esses objetivos é a adoção das boas
práticas agropecuárias
(BPA), que constituem atividades, procedimentos e
ações a serem implantadas
na propriedade rural.
Muitas empresas processadoras de leite já utilizam as
BPAs como critério para melhor remunerar o produtor.
A meta é um produto saudável, livre de resíduos como
defensivos animais e vegetais e de microrganismos nocivos ao ser humano. A propriedade não pode oferecer
nenhum risco ao ambiente,
aos animais e ao homem.
As BPAs analisam a unidade produtiva em sua totalidade. Para implantar essas práticas, é feito um questionário
para avaliar a organização da
propriedade, com suas instalações, equipamentos, uso
de animais, de mão de obra,
assim como os procedimentos do dia a dia.
Após a análise, são propostas ações corretivas, para
certificação da propriedade.
As boas práticas orientam
a produção de leite de qualidade, pelo estabelecimento
de rotina correta de ordenha
e da higienização adequada
dos equipamentos. Isso é
fundamental para o enquadramento na instrução normativa nº 51, do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que tanto vem
preocupando os produtores.
Com relação ao ambiente,
as orientações envolvem cuidados e conservação de
áreas de preservação permanente, como florestas, matas
ciliares, nascentes, áreas em
declive e em encostas, além
da conservação do solo.
Outro ponto considerado é
o gerenciamento eficiente,
inclusive nos aspectos econômico-financeiros, de pessoal e de controles do desempenho zootécnico e sanitário.
São estabelecidos procedimentos para anotações zootécnicas, econômicas e climáticas.
Também são considerados
os aspectos técnicos, como o
manejo de animais, de ordenha, de pastagem, reprodutivo, do uso do solo, bem como
da produção de alimento durante o ano.
Os funcionários devem ser
registrados e receber orientação de higiene e saúde, além
de capacitação.
Também são necessários
programas de prevenção e
diagnóstico para os animais.
Não menos importante é o
bem-estar animal.
As instalações precisam
ser organizadas e identificadas para evitar a contaminação dos animais e do leite.
Os produtos químicos necessitam de armazenagem
separada e os medicamentos
e defensivos vegetais colocados em armários fechados.
MARCO AURÉLIO BERGAMASCHI é médico
veterinário, doutor e supervisor do sistema
de leite da Embrapa Pecuária Sudeste (São
Carlos, São Paulo).
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