Os embarques de milho em outubro não repetiram o recorde de setembro, mas ajudaram o país a registrar um bom saldo acumulado nas exportações do cereal.
Os dados divulgados ontem pela Secex mostram que 1,6 milhão de toneladas de milho saíram pelos portos brasileiros, acumulando 7,1 milhões de toneladas de janeiro a outubro deste ano.
As exportações deste ano superam em 29% as de igual período do ano passado.
Os dados de ontem da Secex reafirmam também o bom momento do setor sucroalcooleiro. Após ultrapassar o setor de carnes "in natura", as vendas externas de açúcar e de álcool atingem US$ 10,7 bilhões no ano.
As carnes, considerando apenas o produto "in natura", somam US$ 9,1 bilhões.
As carnes bovina e suína praticamente mantiveram os volumes exportados em setembro, mas acumularam mais receitas. Já a de frango teve volume de 293 mil toneladas e receitas de US$ 491 milhões. O volume caiu 6% e as receitas, 5,5%.
O grande impulso das exportações brasileiras do agronegócio neste ano não veio apenas no volume exportado -que, em alguns casos, até caiu-, mas do aumento dos preços.
Vários produtos, como suco de laranja, café, celulose, carne bovina e milho tiveram aumentos superiores a 30% (em dólar) no mês passado em relação a igual período do ano passado.
Já a soja, carro-chefe das exportações, teve recuo de 2,7% nos preços médios no mês passado em relação a outubro de 2009, conforme os dados da Secex.

Laranja A safra de laranja deverá ser de 318,6 milhões de caixas (40,8 kg) em 2009/10. Desse total, 244 milhões ficam com as indústrias processadoras e outras 48,5 milhões de caixas serão destinadas ao consumo "in natura".

Levantamento Os dados foram divulgados ontem pelo Ministério da Agricultura em cooperação com a Secretaria paulista de Agricultura. A Conab passará a divulgar os dados de produção do setor.

Café As receitas com as exportações somaram US$ 586 milhões no mês passado, conforme dados da Secex. Esse valor supera em 76% o de igual período de 2009. Em volume, a alta foi de 35%.

Ferro O minério de ferro foi o líder nas exportações nacionais. Nos dez primeiros meses deste ano, as receitas somaram US$ 23 bilhões, 103% mais do que em igual período do ano passado. As receitas com petróleo somaram US$ 12 bilhões, com alta de 67%.

Seca prejudica pastagens e preço do leite se mantém
O setor de leite vive um ano atípico. Os preços subiram bem no início do ano, devido a uma demanda maior por leite longa vida, e ainda não caem na safra.
Os bons preços do início do ano deram ganho de margem para os produtores porque o custo da ração não estava pressionado.
Agora, os preços são menores, mas o custo da ração sobe. Essa estabilidade de preços do leite ocorre devido à estiagem observada em muitas regiões produtoras, o que limitou o desenvolvimento das pastagens, diz Aline Ferro, do Cepea.

Com KARLA DOMINGUES


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