São Paulo, sábado, 04 de dezembro de 2010 |
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BC restringe financiamento de veículos Bancos terão de exigir entrada de pelo menos 20% nos financiamentos entre 24 e 36 meses e de 30% nos entre 36 e 48 meses Se não cobrar entrada, instituição terá de fazer reserva de capital 50% maior para garantir empréstimos DE BRASÍLIA O consumidor terá, a partir de agora, mais dificuldade para comprar veículos sem entrada. Pelas normas anunciadas pelo Banco Central, haverá restrições de recursos para financiamentos com prazo superior a 24 meses. Pela nova regra, para não cair na restrição, os bancos vão exigir entrada de pelo menos 20% nos financiamentos entre 24 e 36 meses para carros novos ou usados. Nos parcelamentos entre 36 e 48 meses, a entrada sobe para 30%. Entre 48 e 60 meses, para 40%. Todas as vendas de veículos com prazo superior a 60 meses terão restrição, independentemente da entrada. Se não houver entrada, o BC vai exigir que os bancos façam uma reserva de capital 50% maior para garantir esses empréstimos. Hoje, para cada R$ 100 emprestados, o banco precisa ter uma reserva de R$ 11. Nos financiamentos que o BC classificou como de "prazos muito longos ou garantias insuficientes", o valor da reserva sobe para R$ 16,50. A instituição não proibiu os bancos de fazerem essas operações. Se fizerem, no entanto, terão menos recursos para emprestar. Segundo o BC, pessoas que fazem empréstimos mais longos apresentam taxa de inadimplência pelos menos quatro vezes maior ainda no primeiro ano de pagamento. VALOR DE MERCADO Outro problema é que, após cinco anos, alguns veículos financiados têm valor de mercado inferior ao da dívida a pagar. A regra vale para vendas por meio de leasing ou crédito direto ao consumidor. O mesmo tipo de "punição" aos bancos foi adotado para desestimular empréstimos consignados acima de 36 meses e no crédito pessoal ou aquisição de bens acima de 24 meses. Em todos os casos, a medida vale somente para novos empréstimos, concedidos a partir de segunda-feira. Como o BC quer limitar apenas o crédito ao consumo, não há restrição de prazo para crédito imobiliário, rural ou aquisição de veículos de carga com capacidade de transporte acima de duas toneladas, como caminhões. O crédito a pessoas jurídicas também não foi afetado. O crédito para aquisição de veículos é hoje a modalidade que mais cresce, depois do financiamento imobiliário. A expansão no ano é de quase 40%, ante 25% nos outros segmentos. Essas dívidas representam quase um quarto dos empréstimos concedidos com recursos próprios dos bancos, atrás apenas do crédito pessoal (37%). O financiamento de veículos continuou batendo recorde, mesmo após o fim do benefício do IPI zero, em março deste ano. (EDUARDO CUCOLO) Texto Anterior: Medidas tiram pressão por aumento de juro Próximo Texto: Frases Índice | Comunicar Erros |
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