São Paulo, sábado, 04 de dezembro de 2010

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Varejo não vê impacto nas vendas de Natal

CAROLINA MATOS
CLAUDIA ROLLI

DE SÃO PAULO

Instituições representantes do varejo creem que as medidas do BC não vão prejudicar as vendas de fim de ano, pois os estoques já foram compostos, e os financiamentos, contratados.
A CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) diz que as alterações já eram esperadas no setor.
"Tanto que redes já começaram, no último mês, a reduzir os prazos de pagamento oferecidos", afirma Roque Pellizzaro Junior, presidente da instituição.
Mas a Fecomercio (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de São Paulo) diz que a decisão do Banco Central deve ter forte impacto nas vendas a prazo a partir de janeiro.
Na avaliação da Fecomercio, para tentar trazer a média da inflação de volta ao centro da meta (4,5% ao ano), o governo pune o mercado em geral sem, no entanto, combater a principal pressão inflacionária, que vem dos alimentos.
"Ninguém compra comida em 24 vezes", diz Fábio Pina, assessor econômico da Fecomercio.
Ainda de acordo com a federação, não há sinal evidente de que possa haver escalada de preços no segmento de bens duráveis.
E, no caso do crédito para veículos, diz a Fecomercio, os prazos máximos de financiamento já estiveram muito mais dilatados e o próprio mercado fez os ajustes necessários.
Em nota, a Associação Comercial de São Paulo destaca que as medidas do BC só terão "efeito sobre a inflação se o governo fizer a parte dele, que é conter o gasto público".
Já Boanerges Ramos Freire, consultor em varejo financeiro, diz que os impactos "serão mais restritos do que se imagina".
Isso porque o prazo médio dos empréstimos a pessoas físicas no Brasil, ressalta Freire, é menor que 24 meses, limite a partir do qual começam a valer as restrições.
"As medidas vêm mais para estimular a cautela dos bancos nos empréstimos mais longos do que para restringir o crédito ao consumidor em geral", afirma.

INDÚSTRIA
A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) diz que as mudanças são válidas, desde que transitórias, para controlar os riscos da alta da inflação.
A associação ressalta que a oferta de crédito é fundamental ao setor e sustenta o crescimento da economia.
Hoje, 60% das vendas de veículos do país são feitas por financiamento.


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