São Paulo, sábado, 05 de fevereiro de 2011 |
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Egito provoca maior fuga desde 2008 de fundos emergentes Saída de investimentos no Brasil é estimada em US$ 1 bi em uma semana, segundo consultoria dos Estados Unidos Instabilidade ameaça sucesso de aberturas de capital programadas; seis empresas querem captar recurso na Bolsa TONI SCIARRETTA DE SÃO PAULO Os fundos globais de ações focados em países emergentes, cujos principais expoentes são China e Brasil, perderam US$ 7,02 bilhões apenas na semana que vai de 25 de janeiro a 2 de fevereiro. É a maior debandada de investimentos em países emergentes já vista em apenas uma semana desde o final de 2008, logo após a quebra do Lehman Brothers, segundo a consultoria EPFR. O motivo é a recente crise no Egito, que tem a maior e mais diversificada economia do norte da África. A escalada da violência no Egito somou novas incertezas à frágil recuperação da economia global e às preocupações com a escalada da inflação em países como China, Brasil, Índia e Indonésia por conta do aumento nos preços dos alimentos. Os países que mais perderam investimentos foram China e Brasil, com retiradas da ordem de US$ 1,4 bilhão e de US$ 1 bilhão no período, segundo o Barclays Capital. A maioria desses fundos é estrangeira e investe coletivamente em papéis de empresas emergentes -China e Brasil respondem por 20,7% e 14,8% das aplicações desses fundos. Os fundos exclusivos de papéis brasileiros perderam US$ 52 milhões nesta semana. "Todos os emergentes que estão com inflação -Brasil, China, Índia- estão perdendo dinheiro. Há um temor das medidas para esfriar a economia. Quando acontece essa situação, o mercado global fica menos disposto a manter posições nesses países. Os juros dos títulos americanos subiram muito e há o risco de uma forte correção nos preços das ações", disse o consultor Milton Wagner, da Wagner Investimentos, especializada em analisar o comportamento de diferentes portes de investidores. "As turbulências no Egito não ajudam a melhorar a percepção em relação aos emergentes. O único beneficiado pelo aumento do petróleo é a Rússia", afirma a EPFR. Para o economista-chefe da SulAmerica Investimentos, Newton Rosa, as incertezas já ameaçam as aberturas de capital programadas na Bolsa. Neste ano, já entraram na Bolsa a Arezzo, a Sonae e a Autometal. Outras seis programam abrir capital. "Está um quadro de muita incerteza fora e aqui. No Brasil, há uma certa preocupação com a posição do governo ante essa alta da inflação. O temor é que seja obrigado a fazer um ajuste muito forte depois. A questão fiscal também é um ponto de interrogação e de incerteza." Texto Anterior: Telefonia: Empresas contestam associação sobre preço de internet no atacado Próximo Texto: Com saída de estrangeiros, Bolsa cai 2,2% Índice | Comunicar Erros |
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