São Paulo, sábado, 05 de março de 2011

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Governo prevê inflação no teto da meta

Expectativa é que IPCA atinja 6,5% em 12 meses entre julho e agosto e depois comece a recuar; hoje, taxa é de 6,01%

Inflação de 0,8% em fevereiro é a maior para o mês desde 2003; educação responde por metade do índice


EDUARDO CUCOLO
DE BRASÍLIA

PEDRO SOARES
DO RIO

A inflação acumulada em 12 meses deve atingir o teto de meta (6,5%) entre junho e agosto, meses em que a taxa ficou próxima de zero no ano passado, segundo avaliação do governo.
As previsões oficiais consideram, no entanto, que o índice começa a recuar em setembro, para terminar o ano próximo de 5%, pouco acima do centro da meta de 4,5% (que permite variação de dois pontos percentuais, para mais ou para menos), segundo a Folha apurou.
Ontem, o IBGE divulgou que o índice oficial de inflação (IPCA) teve variação de 0,80% em fevereiro, maior taxa para o segundo mês do ano desde 2003.
No acumulado em 12 meses, chegou a 6,01%. Houve, no entanto, desaceleração em relação ao resultado de janeiro (0,83%).
O número ficou abaixo das previsões do mercado. Os gastos com educação subiram 5,81% e foram responsáveis por 51% do índice. Os grupos alimentação e transportes se desaceleraram.
Apesar da previsão de piora na inflação verificada até agosto, o governo espera que, nesse período, as estimativas do mercado para o futuro se aproximem mais das projeções oficiais, fator importante para reforçar a credibilidade do BC.
Hoje, o mercado prevê inflação de 6% no final do ano, acima das estimativas do BC (4,8%) e do Ministério da Fazenda (5%).
O BC já elevou a taxa básica de juros em um ponto percentual neste ano, para 11,75%. Divulgou ainda pesquisa especial com o mercado sobre o alcance estimado das medidas anunciadas em dezembro de restrição ao crédito, que equivaleriam a alta de mais 0,75 ponto nos juros.
O objetivo da instituição foi mostrar que, em 90 dias, já foram anunciadas medidas que equivalem a um aperto monetário de quase dois pontos.
O IBGE também divulgou que o INPC, referência para negociações salariais, recuou de 0,94% em janeiro para 0,54%. Em 12 meses, acumula alta de 6,36%.


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