São Paulo, sábado, 05 de junho de 2010

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Setor calçadista recorre a carro de som para contratar em Franca

Em recuperação, indústria tem falta de mão de obra qualificada

ARARIPE CASTILHO
DE RIBEIRÃO PRETO

Perspectiva de aumento na produção e falta de mão de obra qualificada fizeram fábricas de calçados de Franca, no interior paulista, começar a "caçar" trabalhadores pela rua com panfletagem e até carros de som.
O saldo de contratações no setor na cidade foi de 25.493 entre janeiro e abril, alta de 16,09% ante o primeiro quadrimestre de 2009.
Dono de empresa de propaganda volante, Marcelo Daniel, 26, disse que quatro empresas contrataram seu serviço recentemente. Ele cobra R$ 15 por hora e o veículo circula até nove horas ao dia.
A Carmen Steffens, que tem nas mulheres das classes A e B seu público-alvo, foi uma das companhias que recorreram aos carros de som.
Segundo a gerente de RH da empresa, Ana Tereza Lara e Silva, 40, houve necessidade sazonal. "Nosso forte é [coleção de] verão. Precisávamos de mais 200 pessoas para dar conta da produção, que começa no inverno."
Ela afirma que a estratégia deu certo: "Conseguimos 110 contratações desde 1º de maio". De acordo com a gerente, a maioria dos candidatos afirmou que soube da vaga pelos "carrinhos de som".
Segundo o presidente do Sindicato da Indústria de Calçados de Franca, José Carlos Brigagão, há forte demanda das empresas e carência de qualificação de parte dos candidatos ao emprego. Para ele, o setor calçadista não está em crescimento, mas em fase de "recuperação" após a crise global, puxada pelo aumento dos preços do produto e pelo aquecimento do mercado interno.
A exportação de calçados de Franca caiu 4,38% nos primeiros quatro meses de 2010 ante o mesmo período do ano passado. Já o preço médio do produto em dólares teve alta de 9,35%.


Colaborou SILVA JÚNIOR


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