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Vendas de downloads ganham espaço na internet brasileira
Faturamento com cópias de jogos e livros supera expectativas
GABRIEL BALDOCCHI
DE SÃO PAULO
O mercado de downloads
surpreendeu as redes brasileiras que apostaram no formato. Recém-lançados, os
serviços de compra via troca
de dados na internet já experimentam crescimentos de
até 300% nas vendas.
Executivos e especialistas
acreditam que os produtos
possam repetir a curva de
crescimento observada no
comércio on-line do país, que
neste ano deve chegar a 30%
do total das vendas.
A referência do potencial é
o mercado norte-americano
de e-books (livro digital), que
registra avanço médio anual
de 71,7%.
A última estatística da APP
(Associação Americana das
Editoras) mostrou os e-books
ocupando 4% do mercado
total das vendas, o equivalente a US$ 27,4 milhões.
"Conseguimos fazer o
download de jogos gerar
mais receita do que os de caixinha. Isso é surpreendente
para mim", diz o gerente comercial do PontoFrio.com,
Cláudio Campos.
Desde outubro de 2009,
quando os downloads começaram a ser comercializados
no site, as vendas crescem
20% ao mês, segundo dados
do varejista. Até o final do
ano, a empresa quer ampliar
o serviço para livros e filmes.
Campos diz que os down-
loads atraem pelo preço e a
possibilidade de utilização
imediata, além da oferta do
arquivo de títulos com baixa
tiragem. O formato é cerca de
50% mais barato do que um
jogo vendido em caixa.
VENDAS CRESCENTES
A ampliação dos títulos foi
essencial para fazer as vendas de downloads de filmes
da Saraiva.com registrar
crescimento de 300% desde
o lançamento, em maio do
ano passado.
Os 1.200 títulos disponíveis hoje representam 60% a
mais do que o número inicial.
A empresa espera repetir o
resultado com os e-books,
lançados em junho.
"A próxima evolução do
nosso negócio é digital. O
cliente vai consumir cultura
sem receber o produto físico", afirma o diretor presidente da Livraria Saraiva,
Marcílio D'Amico Pousada.
Ele estima que as vendas
virtuais da empresa vão superar as compras nas lojas
em cinco anos. Hoje, o comércio virtual representa
35% do faturamento.
Já a Livraria Cultura, que
tem 20% da receita no comércio virtual, espera igualar as
vendas de e-book ao nível
americano em dois anos. A
venda dos livros digitais foi
lançada em maio e no último
mês registrou alta de 100%.
Para o diretor do e-bit, de
informação sobre comércio
eletrônico, Pedro Guasti, a
comercialização de downloads é caminho sem volta.
Ele acredita que esse mercado será impulsionado com
a expansão da banda larga e
a queda nos preços dos equipamentos de leitura portátil,
como Kindle e iPad.
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