São Paulo, segunda-feira, 05 de julho de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Vendas de downloads ganham espaço na internet brasileira

Faturamento com cópias de jogos e livros supera expectativas

GABRIEL BALDOCCHI
DE SÃO PAULO

O mercado de downloads surpreendeu as redes brasileiras que apostaram no formato. Recém-lançados, os serviços de compra via troca de dados na internet já experimentam crescimentos de até 300% nas vendas.
Executivos e especialistas acreditam que os produtos possam repetir a curva de crescimento observada no comércio on-line do país, que neste ano deve chegar a 30% do total das vendas.
A referência do potencial é o mercado norte-americano de e-books (livro digital), que registra avanço médio anual de 71,7%.
A última estatística da APP (Associação Americana das Editoras) mostrou os e-books ocupando 4% do mercado total das vendas, o equivalente a US$ 27,4 milhões.
"Conseguimos fazer o download de jogos gerar mais receita do que os de caixinha. Isso é surpreendente para mim", diz o gerente comercial do PontoFrio.com, Cláudio Campos.
Desde outubro de 2009, quando os downloads começaram a ser comercializados no site, as vendas crescem 20% ao mês, segundo dados do varejista. Até o final do ano, a empresa quer ampliar o serviço para livros e filmes.
Campos diz que os down- loads atraem pelo preço e a possibilidade de utilização imediata, além da oferta do arquivo de títulos com baixa tiragem. O formato é cerca de 50% mais barato do que um jogo vendido em caixa.

VENDAS CRESCENTES
A ampliação dos títulos foi essencial para fazer as vendas de downloads de filmes da Saraiva.com registrar crescimento de 300% desde o lançamento, em maio do ano passado.
Os 1.200 títulos disponíveis hoje representam 60% a mais do que o número inicial. A empresa espera repetir o resultado com os e-books, lançados em junho.
"A próxima evolução do nosso negócio é digital. O cliente vai consumir cultura sem receber o produto físico", afirma o diretor presidente da Livraria Saraiva, Marcílio D'Amico Pousada.
Ele estima que as vendas virtuais da empresa vão superar as compras nas lojas em cinco anos. Hoje, o comércio virtual representa 35% do faturamento.
Já a Livraria Cultura, que tem 20% da receita no comércio virtual, espera igualar as vendas de e-book ao nível americano em dois anos. A venda dos livros digitais foi lançada em maio e no último mês registrou alta de 100%.
Para o diretor do e-bit, de informação sobre comércio eletrônico, Pedro Guasti, a comercialização de downloads é caminho sem volta.
Ele acredita que esse mercado será impulsionado com a expansão da banda larga e a queda nos preços dos equipamentos de leitura portátil, como Kindle e iPad.


Texto Anterior: Natura se adapta a diferenças regionais
Próximo Texto: Rede venderá mapas para uso em celulares
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.