São Paulo, quinta-feira, 06 de janeiro de 2011

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Oi e portugueses estudam fusão na área de call center

Juntas, Dedic e Contax teriam a liderança no atendimento a clientes no país

Negócio está previsto para depois da entrada da Portugal Telecom na Oi e fará surgir terceiro maior empregador


JULIO WIZIACK
DE SÃO PAULO

A entrada da PT (Portugal Telecom) na Oi terá um capítulo extra. Além de criar uma supertele, ela fará surgir também a maior empresa de call center, terceira maior empregadora do país.
Isso porque a Dedic, que pertence à PT, deverá se incorporar à Contax, subsidiária da Telemar (controladora da Oi). O negócio está sendo avaliado neste momento e será um passo após a efetiva entrada da PT na Oi, cujo cronograma será definido no dia 13 na assembleia de acionistas da Oi.
Apesar de depender da entrada dos portugueses na operadora brasileira, a possível fusão entre Contax e Dedic corre separadamente.
Até então, o que se esperava com a reorganização entre os sócios na Oi era somente a saída dos fundos de pensão (Petros, Previ e Funcef) da Contax. O que se discute no momento é algo diferente.
Com o futuro rearranjo dos acionistas da Telemar e da Contax, os portugueses poderão tornar-se efetivamente sócios com direito a voto em uma nova companhia.
Há rumores de que ocorreria uma operação casada. A Contax compraria a Dedic, por cerca de R$ 500 milhões, e, com esse dinheiro, a PT iria adquirir a participação dos fundos na Contax.
A etapa seguinte seria a junção entre as duas empresas, garantindo aos portugueses assento no conselho.
A Folha apurou que a venda da parte dos fundos não exigirá, necessariamente, que os portugueses desembolsem algo nessa compra.
A simples fusão resolveria o problema, e as ações da Contax hoje em posse dos fundos poderiam ser vendidas no mercado a terceiros.

MAIS FORÇA
Juntas, Contax e Dedic terão cerca de 13% de participação de mercado, superando a Atento (pertencente ao grupo Telefônica), líder em faturamento atualmente.
Também ganharão mais projeção em número de funcionários. Com 108 mil colaboradores, estarão em terceiro lugar entre os maiores empregadores do país, empatando com os Correios. Só perderão para o Pão de Açúcar (140 mil funcionários) e a Brasil Foods (114 mil).
A operação trará sinergias (economia de custo) para as duas empresas e ganhos de rentabilidade. O novo grupo concentrará as maiores companhias do país como clientes na oferta de serviços de atendimento.
Conhecidas como empresas de call center, elas vendem um pacote completo às empresas: atendimento ao cliente (SAC), cobrança, recuperação de crédito, suporte técnico, entre outros. Chegam a fazer a venda de produtos e serviços das contratantes e até buscam novos clientes para elas.
Embora a fusão não conste do ato de concentração enviado ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), que avaliará a entrada da PT na Oi, não deverá ter impedimentos. Isso porque o setor é pulverizado. Não haveria concentração, e empresas menores não perderiam mercado.


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