São Paulo, domingo, 06 de junho de 2010

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G20 vê recuperação global mais rápida que o previsto

Apesar da crise europeia, grupo afirma que países estão no caminho certo

Comunicado do G20 pede que economias com problemas fiscais acelerem reformas nas contas públicas


FABIANO MAISONNAVE
ENVIADO ESPECIAL A BUSAN (COREIA DO SUL)

Na tentativa de acalmar os mercados diante da crise europeia, o G20 divulgou ontem um comunicado em que avalia que a economia global "continua se recuperando mais rápido do que o previsto", mas exortou os "países com sérios desafios fiscais" a "acelerar a velocidade da consolidação".
A reunião dos ministros de Finanças e de presidentes de BCs das 20 maiores economias mundiais aprovou ainda a antecipação da reforma das cotas do FMI para novembro, informou o ministro Guido Mantega (Fazenda), em entrevista à Folha.
"O objetivo é que se conclua a reforma das cotas em novembro", disse Mantega, em referência à cúpula do G20 em Seul. "No FMI, será de 5%, a ser distribuída."
Com isso, diz, países emergentes como o Brasil terão mais peso no Fundo, à semelhança do que ocorreu há pouco no Banco Mundial. O documento do encontro, preparatório para a cúpula do G20, a ser realizada no Canadá no final deste mês, fala ainda em alcançar "rapidamente" um acordo para melhorar os padrões de liquidez e de capital mais forte para que seja implantado até o final de 2012, como previsto.
O comunicado menciona ainda a necessidade de implantar "medidas fortes para melhorar a transparência, a regulação e a supervisão dos fundos de hedge e das agências de classificação de risco. O formato para melhorar o sistema financeiro mundial, no entanto, parece distante.
Embora predominasse entre os participantes um ceticismo sobre um acordo já para a cúpula de Toronto, Mantega diz que há a proposta, defendida por ele, de aprovação de uma "regulamentação financeira mínima de consenso".
Os pontos básicos seriam aumentar a exigência de capital para os bancos de forma proporcional aos riscos que eles tomam, dar mais transparência às operações com derivativos e aumentar a supervisão bancária. Em carta distribuída aos colegas, o secretário de Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, afirmou que o crescimento econômico global ficaria sem força caso outros países optassem por apertar os cintos e reduzir o consumo.

Leia outros trechos da entrevista com Guido Mantega

http://www.folha.com.br/me746030


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