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Governo diz que visou fortalecer empresas
DE BRASÍLIA
O governo Lula diz que a
"visão equivocada" de que o
Estado não deve usar instrumentos como BNDES e fundos de pensão como indutores do crescimento "explica
por que o período de FHC registrou aquele pibinho".
A avaliação é do ministro
Paulo Bernardo (Planejamento), numa referência ao
crescimento da economia registrado nos oito anos do governo FHC -média de expansão do PIB de 2,3%, ante
3,9% no período Lula, caso
se confirmem as expectativas
de avanço de 6% neste ano.
Ele diz que, enquanto os
tucanos usaram os fundos e o
BNDES para privatizar empresas a "preço de banana",
Lula os utiliza para fortalecer
empresas brasileiras, manter
empregos e acabar com deficiências de infraestrutura.
"Isso é gestão, buscar o
crescimento, não deixar que
o mercado resolva tudo, entregando dinheiro público
sem cobrar contrapartidas."
A chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, ironiza as críticas de que o governo estaria
praticamente "privatizando"
o caixa do Estado ao bancar
fusões de empresas e megaprojetos como as usinas hidrelétricas na Amazônia.
CALDEIRINHA
"Estamos entre a cruz e a
caldeirinha. Num momento,
somos criticados de sermos
estatizantes. Noutro, ao financiarmos empresas privadas, de sermos privatizantes
do dinheiro público", afirma.
Erenice rechaça as críticas
ao modelo adotado no governo Lula. "Não concordo que
façamos uso politico dos fundos. Concordo, sim, que o governo busca sempre que possível a participação deles nos
investimentos estratégicos."
E alfineta ainda o período
FHC. "Se isso é uso político, e
o que foi feito na privatização
do setor de telecomunicações no governo anterior?"
Diretor de Planejamento
do BNDES, João Ferraz reconhece que os empréstimos
do Tesouro para o banco têm
um custo fiscal, mas não concorda que essa conta chegue
a R$ 8,6 bilhões.
Segundo ele, o banco cumpre seu papel de financiador
de longo prazo e, durante a
crise, o governo não tinha
outra saída senão usar recursos do Tesouro para bancar o
financiamento da economia.
Ele defende a ação do
BNDES nas fusões. "Nossa
economia passa por mudança patrimonial, de concentração, normal em todos os
países, e o governo tem papel
importante nisso."
(VC e JS)
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