São Paulo, domingo, 06 de junho de 2010

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Governo diz que visou fortalecer empresas

DE BRASÍLIA

O governo Lula diz que a "visão equivocada" de que o Estado não deve usar instrumentos como BNDES e fundos de pensão como indutores do crescimento "explica por que o período de FHC registrou aquele pibinho".
A avaliação é do ministro Paulo Bernardo (Planejamento), numa referência ao crescimento da economia registrado nos oito anos do governo FHC -média de expansão do PIB de 2,3%, ante 3,9% no período Lula, caso se confirmem as expectativas de avanço de 6% neste ano.
Ele diz que, enquanto os tucanos usaram os fundos e o BNDES para privatizar empresas a "preço de banana", Lula os utiliza para fortalecer empresas brasileiras, manter empregos e acabar com deficiências de infraestrutura.
"Isso é gestão, buscar o crescimento, não deixar que o mercado resolva tudo, entregando dinheiro público sem cobrar contrapartidas."
A chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, ironiza as críticas de que o governo estaria praticamente "privatizando" o caixa do Estado ao bancar fusões de empresas e megaprojetos como as usinas hidrelétricas na Amazônia.

CALDEIRINHA
"Estamos entre a cruz e a caldeirinha. Num momento, somos criticados de sermos estatizantes. Noutro, ao financiarmos empresas privadas, de sermos privatizantes do dinheiro público", afirma.
Erenice rechaça as críticas ao modelo adotado no governo Lula. "Não concordo que façamos uso politico dos fundos. Concordo, sim, que o governo busca sempre que possível a participação deles nos investimentos estratégicos."
E alfineta ainda o período FHC. "Se isso é uso político, e o que foi feito na privatização do setor de telecomunicações no governo anterior?"
Diretor de Planejamento do BNDES, João Ferraz reconhece que os empréstimos do Tesouro para o banco têm um custo fiscal, mas não concorda que essa conta chegue a R$ 8,6 bilhões.
Segundo ele, o banco cumpre seu papel de financiador de longo prazo e, durante a crise, o governo não tinha outra saída senão usar recursos do Tesouro para bancar o financiamento da economia.
Ele defende a ação do BNDES nas fusões. "Nossa economia passa por mudança patrimonial, de concentração, normal em todos os países, e o governo tem papel importante nisso." (VC e JS)


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