São Paulo, terça-feira, 06 de julho de 2010

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Ações de países emergentes podem cair, diz JPMorgan

Segundo o banco, queda seria consequência do declínio das commodities

Com baixa dos preços, investidores têm "uma extraordinária chance de compra", afirma relatório do banco

SHIYIN CHEN
DA BLOOMBERG

Um declínio no preço das commodities deve causar queda nas ações dos mercados emergentes neste terceiro trimestre, o que oferecerá aos investidores "uma extraordinária oportunidade de compra", informou o JPMorgan Chase.
Os indicadores de uma correção nas ações dos mercados emergentes serão "grandes resgates" de fundos de commodities e queda no preço do petróleo cru para abaixo de US$ 65 por barril registrados em maio, o ponto mais baixo do ano, informaram analistas liderados por Adrian Mowat em relatório publicado no domingo.
O índice MSCI de mercados emergentes registra queda de 7,5% neste ano, em meio a preocupações com a crise da dívida soberana na Europa e com a possibilidade de que os esforços da China para controlar a especulação imobiliária venham a prejudicar a recuperação econômica mundial.
Os indicadores de ações dos setores de energia e matérias-primas vêm registrando dois dos três piores desempenhos setoriais do mercado, com quedas de 14% e de 10%, respectivamente.
"Por enquanto, os mercados estão caindo sob o efeito de uma acentuada correção nas commodities", afirmou Mowat, o estrategista-chefe do JPMorgan para os mercados emergentes e da Ásia, no relatório. "O terceiro trimestre de 2010 deve oferecer uma oportunidade de compra excepcional."
O Baltic Dry Index, que acompanha o custo de frete de commodities a granel, caiu 46% e por 26 pregões consecutivos, o que representa a maior sequência contínua de baixas desde agosto de 2005.
Os preços do petróleo cru recuaram 8,9% desde o início do ano, enquanto o cobre mostra queda anual de 12%.

"ESPERE E COMPRE"
O JPMorgan recomenda que os investidores esperem antes de ampliar suas compras de ações de tecnologia e de transportes, bem como de ações na Índia, Coreia do Sul, Taiwan e Filipinas. Ainda assim, os investidores estão "pessimistas demais" com relação ao crescimento mundial, segundo o relatório.
As ações caíram na semana passada após dados do governo dos Estados Unidos demonstraram que a expansão da indústria, em junho, foi a mais lenta do ano, e que os empregadores criaram, em junho, menos postos de trabalho do que se previa.
A indústria chinesa também se expandiu em ritmo mais lento pelo segundo mês seguido, em junho, o que reforça os sinais de que o crescimento da terceira maior economia do mundo está se desacelerando.

Tradução de PAULO MIGLIACCI


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