São Paulo, quarta-feira, 06 de julho de 2011

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Vaivém

MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@uol.com.br

Exportações brasileiras de gado vivo recuam 35% no primeiro semestre

A exportação de gado vivo recuou para 190 mil animais no primeiro semestre deste ano, 35% menos do que em relação a igual período de 2010. Em valores, a queda foi de 27%, para US$ 198 milhões, segundo o Ministério do Desenvolvimento.
Essa queda se deve ao recuo nas importações da Venezuela, segundo Gastão Carvalho Filho, da Boi Branco.
No final de 2010, a eliminação de uma cotação especial do dólar para as importações de alimentos tornou o preço do boi menos competitivo naquele país -principal importador de gado vivo brasileiro.
A Venezuela, que havia gasto US$ 249 milhões na compra de 256 mil animais de janeiro a junho do ano passado, gastou apenas US$ 166 milhões neste ano com a compra de 152 mil animais vivos.
Já as importações do Líbano, o segundo maior mercado brasileiro, mantiveram evolução neste ano. As empresas brasileiras colocaram 39 mil animais no país de janeiro a junho, com aumento de 47% em relação a igual período do ano anterior. As receitas com as compras libanesas subiram de US$ 17,4 milhões no primeiro semestre do ano passado para US$ 32 milhões neste ano.
Carvalho Filho acredita que a queda na importação pela Venezuela seja temporária. "O país deverá voltar a comprar, até por uma questão de abastecimento."
O governo deverá tomar medidas para preservar o rebanho dos fazendeiros locais, mas a demanda venezuelana vai continuar, segundo ele. Além da queda nas importações da Venezuela, o Brasil enfrentou a concorrência esporádica de exportações do Uruguai, da Colômbia e da Austrália, afirma o dono da Boi Branco, empresa líder nas vendas para o Líbano.

Apoio Os suinocultores esperam medidas do governo para o setor nesta semana. A oferta de milho ainda é incerta, embora as notícias externas recentes tenham provocado queda nos preços.

Escoamento Os produtores já sabem que, apesar de cogitado na semana passada, o governo não deve comprar carne para estocar. Eles esperam, no entanto, um programa específico de escoamento de milho para as regiões produtoras de carne.

Efeito frio Com as baixas temperaturas dos últimos dias e a redução na quantidade de animais para abate, a arroba de suíno teve forte alta ontem nos frigoríficos de São Paulo. Os melhores negócios ocorreram a R$ 43. Na média, a arroba ficou em R$ 41, com valorização de 3,8%.

Mercado externo A demanda de milho pelos países asiáticos aqueceu os preços na Bolsa de Chicago. Ontem, o cereal teve alta de 6,2%.

Preço elevado do etanol segura a demanda interna

O consumo de etanol continua abaixo do de 2010. A demanda e a oferta estão equilibradas, mas os preços são mais elevados. De abril a junho do ano passado, o consumo de hidratado atingiu 3,97 bilhões de litros. Neste ano, está em 2,61 bilhões.
Antonio de Padua Rodrigues, diretor da Unica, diz que a oferta menor neste ano deverá manter os preços mais elevados do que os do ano passado. Com esse consumo menor, a oferta será maior na próxima entressafra, evitando a disparidade de preços ocorrida nos primeiros meses deste ano. A demanda está dada, e a oferta vai depender do desempenho da safra, segundo Padua.

Com KARLA DOMINGUES


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