São Paulo, sábado, 06 de agosto de 2011

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GM dá férias coletivas para baixar estoque

Na fábrica de São José dos Campos, em São Paulo, 300 funcionários ficarão sem trabalhar por duas semanas

Considerando todo o mercado, o estoque é o maior em um ano, segundo a associação das montadoras

TATIANA RESENDE
DE SÃO PAULO

Com estoques em alta, a GM decidiu conceder férias coletivas por duas semanas para 300 empregados da fábrica localizada em São José dos Campos (SP).
De acordo com a nota divulgada pela montadora, o objetivo é "adequar sua produção à demanda do mercado brasileiro".
As férias vão começar no próximo dia 22 e os funcionários devem retornar ao trabalho no dia 5 de setembro. No período, a empresa deixará de produzir 1.500 veículos.
A montadora tem 8.981 empregados na unidade, onde são fabricados os modelos Corsa, Meriva, Classic, Zafira, S10 e Blazer. Desse total, 8.536 são da área de produção, e os demais, ligados à administração. Em todo o Brasil, são 25.121 funcionários.
O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região divulgou nota em que afirma ver "com estranheza essa medida, visto que, há duas semanas, a direção da empresa garantiu que neste ano não haveria férias coletivas na fábrica".
Para a entidade, essa é uma estratégia para inibir os trabalhadores em meio à campanha salarial, iniciada na quinta-feira.
Em entrevista em julho, o presidente da GM na América do Sul, Jaime Ardila, disse que o crescimento nos emplacamentos está sendo sustentado pela venda para empresas. "O varejo está parado", comentara o executivo.
O movimento é reflexo das medidas tomadas pelo governo para reduzir a concessão de crédito com o objetivo de controlar a inflação.
A participação das empresas nas vendas, que ficava em torno de 20% a 22% do total, passou para 27% neste ano e essa ampliação na fatia já preocupa a montadora. "A única demanda sustentável é a do varejo", disse Ardila.

SETOR
Considerando todo o setor automotivo, os estoques de veículos (automóveis, comerciais leves, ônibus e caminhões) atingiram em julho o equivalente a 36 dias de vendas, o que corresponde a 367,1 mil unidades armazenadas nas concessionárias e na indústria, segundo a associação das montadoras.
Esse tempo é o maior desde junho de 2010, quando atingiu o mesmo patamar.
Para Ayrton Fontes, consultor especializado no segmento de varejo de veículos, esse volume pode estar próximo dos 40 dias se forem considerados na conta os carros parados nos pátios das transportadoras.
Historicamente, afirma Luiz Carlos Mello, coordenador do Centro de Estudos Automotivos, os estoques giram em torno de 25 a 30 dias.
Procuradas, Fiat, Volkswagen, Ford, Renault, Hyundai, Honda, Toyota, Peugeot e Citroën afirmaram não ter problemas devido ao estoque.


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